sábado, 1 de setembro de 2018

31-NOSSA SENHORA DE COROMOTO (PADROEIRA DA VENEZUELA), 8 DE SETEMBRO

        As primeiras manifestações da devoção a Maria no continente latino-americano aconteceram na Venezuela. João Mateus e Alonso de Ojeda, da esquadra de Colombo, trouxeram consigo uma pequena imagem de Nossa Senhora, a mais antiga de que se tem notícia na América Latina.
        Ainda hoje a Venezuela é considerada uma das nações mais marianas do mundo. Há no país mais de 40 santuários dedicados à Virgem Maria.
        A denominação Nossa Senhora de Coromoto vem da tradicional história de conversão do cacique Coromoto. Em 8 de setembro de 1652, o cacique dirigia-se para a lavoura nas montanhas, na região do rio Guanare. Eis que vê uma belíssima Senhora, com um menino ao colo, vem em sua direção, andando sobre as águas cristalinas do rio. A Senhora lhes disse no seu idioma: “Dirijam-se à casa dos brancos e peçam que lhes derramem a água sobre a cabeça (o batismo), para que possam alcançar o céu.”
        Algum tempo depois, um espanhol chamado João Sanchez viajava por aquela mesma região quando o cacique Coromoto lhe vem ao encontro, relata a visão que tivera da bela Senhora e as palavras que dela ouvira.
        João Sanchez combinou com o índio o necessário para que toda a tribo fosse instruída na doutrina cristã e recebesse as águas do batismo. De fato, vários indígenas foram batizados, menos o cacique, o qual, acostumado à liberdade dos bosques, não conseguia se adaptar ao novo regime de vida. Junto com sua família, retornou à existência na selva.
        Entretanto, no dia 8 de setembro de 1652, sábado, Nossa Senhora aparece novamente para o índio na sua choça, em presença da sua mulher, sua cunhada Isabel e um sobrinho desta.
        Irritado, achando tratar-se de repreensão da Virgem, o índio atira-lhe uma flecha e avança contra ela para empurrá-la. Quando ia tocar a Senhora, esta sorri e desaparece, deixando nas mãos do índio uma pedra ovalada, na qual estava gravada a imagem da Mãe de Deus num trono, com seu filho ao colo. A brilhante Senhora desapareceu deixando na mão do chefe da tribo sua diminuta imagem.
        O cacique Coromoto ficou com o punho fechado, dizendo que a tinha pegado. Enorme foi seu espanto quando, por fim, abrindo a mão, encontrou uma imagem de Nossa Senhora coroada segurando o Menino Jesus, tal como tinha aparecido. Naquele instante começou uma grande história de favores e milagres, de devoção e expansão da fé na Venezuela.
        O sobrinho da cunhada Isabel saiu correndo para avisar a João Sanchez do sucedido. Este, com mais dois companheiros, dirigiu-se ao local da aparição e recolheu a preciosa relíquia. Essa relíquia é até hoje venerada na Basílica de Guanare, conservada no relicário ao lado.
        No dia seguinte, acompanhado por alguns de seus índios, o cacique tentou uma fuga para os montes. Contudo, ao embrenhar pelo bosque foi mordido por uma cobra venenosa. Vendo-se mortalmente ferido e conhecendo nisto um castigo do Céu pela péssima conduta que tivera diante da excelsa Senhora, começou a se arrepender, suplicando em altas vozes que lhe administrassem o santo batismo. A divina Maria, que tanto fizera pela conversão dos índios e seu cacique; Ela, canal de todas as graças, alcançou para o moribundo a regeneração pelas salvadoras águas batismais. Por especial providência de Deus, passava por ali um católico da cidade de Barinas, que imediatamente o batizou. O cacique recomendou aos índios que se mantivessem com os brancos e, resignado, em meio a acerbas dores, rendeu o último suspiro.
      Na década de 1920, a devoção se difundiu e se intensificaram as peregrinações a Guanare, onde foi edificado seu templo. Atualmente pode-se afirmar que não existe um só templo católico venezuelano que não possua uma imagem de Nossa Senhora de Coromoto, sempre amada e homenageada pelos fiéis. Foi declarada padroeira da Venezuela em 1944, pelo papa Pio XII. Na imagem ao lado, podemos observar a basílica menor construída no local da segunda aparição, onde se conserva  a relíquia, e inaugurado com a solene Eucaristia presidida pelo saudoso Papa João Paulo II, em 10 de Fevereiro de 1996.
        Hoje é muito concorrido pelos peregrinos o santuário de Nossa Senhora de Coromoto, cuja festa litúrgica celebra-se no dia 8 de setembro que é também dia da Natividade de Nossa Senhora.
ANÁLISE CIENTÍFICA DA RELÍQUIA
        A imagem é mínima: mede só 2,5 cm de altura por 2 cm de largura. Após 357 anos da aparição nunca foi objeto de nenhum análise nem restauração. Ela estava submetida a todos os fatores de deterioração e ação do tempo e o descuido ameaçavam-na. A fundação venezuelana Maria Caminho a Jesus, com sede em Maracaíbo, promoveu a partir de 2002 uma campanha para restaurar a sagrada imagem. 
        O reitor do Santuário de Coromoto, monsenhor José Manuel Brito, aprovou o projeto e a equipe de especialistas que trabalhou no restauro.

A MÍDIA VENEZUELANA PUBLICOU OS RESULTADOS
        Um laboratório foi montado especialmente perto do Santuário. Os restauradores Pablo Enrique González e Nancy Jiménez estiveram à testa de uma equipe de trabalho composta por 14 especialistas.
     A supervisão foi de José Luis Matheus, diretor da Fundação Zuliana e monsenhor José Manuel Brito. Eles trabalharam de 9 a 15 de março de 2009.
        Previa-se que o restauro duraria meses, pois a imagem estava colada na lupa instalada diante dela para vê-la melhor. Porém tudo correu mais rápido do imaginado e bem.
        Ao longo do processo foram descobertos elementos desconhecidos.
        A água empregada no tratamento saia sem bactérias e com um pH neutro, fato inexplicável para os cientistas.
        A imagem, segundo Matheus, se mantém consistente, nítida e exibe suaves relevos. “A tinta se encontra por cima do algodão prensado e de textura rugosa” O trono da Virgem aparece claramente montado dentro de uma construção de taipa típica dos índios.
        Foram detectados ainda outros símbolos que, segundo o antropólogo Nemesio Montiel, tem origem indígena como a própria coroa da Sagrada Imagem.
         No microscópio foi possível identificar os olhos da Virgem. Eles medem aproximadamente 0,2 milímetros, porém pode se distinguir o desenho do iris. O fato desconcertou os especialistas, pois achavam que os olhos eram simples pontos.
        Ainda mais, estudando o olho esquerdo através do microscópio puderam discernir um olho com características humanas. Nele os especialistas diferenciaram com clareza a órbita ocular, o conduto lacrimal, o iris e um pequeno ponto de luz nele.
        Mas, a surpresa estava começando. Maximizando o ponto de luz os especialistas julgaram detectar uma figura humana que se assemelha muito à de um indígena.
        A imagem está feita de uma espécie de compensado de algodão, material que humanamente não se entende que se mantenha intato após mais de três séculos e meio de exposição.
        Até neste aspecto sem explicação, a imagem de Nossa Senhora de Coromoto se assemelha à de Nossa Senhora de Guadalupe. Abaixo, após a oração, está postado no youtube um documentário sobre a investigação científica e a história da Virgem de Coromoto.

ORAÇÃO
Cheios de confiança em vossos merecimentos, 
imploramos vossa intercessão, 
ó poderosa padroeira da Venezuela, 
celeste tesoureira do Coração de Jesus, 
deste Coração 
é fonte inesgotável de todas as graças 
e que se abre a vosso gosto 
para derramar sobre os humanos 
os tesouros de amor e misericórdia, 
de luz e salvação 
que este adorável Coração encerra. 
Concedei-nos, 
humildemente vos suplicamos, 
que nossa pátria se salve 
de todas as ameaças 
e que reine a paz 
em nossos lares 
e a concórdia fraterna 
entre todos os cristãos. 
Amém!
Nossa Senhora de Coromoto, Rogai por nós e pela Venezuela!


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