sábado, 29 de dezembro de 2018

46-NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO (PADROEIRA DA GUATEMALA), DIA 7 DE OUTUBRO


      O povo da Guatemala com sua história de guerras e vulcões tem recorrido desde o início de sua colonização aos favores de sua virgem protetora, Nossa Senhora do Rosário.
        A devoção ao rosário foi difundida na Guatemala pelos missionários Dominicanos que ali fundaram suas Casas do Rosário para educar os filhos dos índios. O carisma dos dominicanos era divulgar os prodígios da reza do rosário.
        Na idade Média, os vassalos ofereciam coroas de flores aos soberanos em sinal de submissão. Os cristãos adotaram esse costume para homenagear Maria, oferecendo-lhe a tríplice coroa de rosas que recorda suas alegrias, dores e glórias ao lado de seu Filho Jesus. Hoje se acrescenta a coroa das "luzes", velas acesas como costume em Fátima por ocasião de suas celebrações.
        No início do século XIII surgiu na França uma heresia dirigida por dois senhores feudais da região de Albi que desejavam impor as suas ideias por meio das armas. Os albigenses, como eram chamados seus sectários, queimaram as igrejas, profanaram as imagens dos santos e perseguiram os católicos espalhando o terror no sul da França.
        Auxiliado por alguns sacerdotes, o cônego Domingos de Gusmão foi encarregado pelo papa Inocêncio III de combater a terrível heresia e reconquistar as almas para a Igreja. Apesar de sua eloquência e seus esforços, a má vontade dos homens era grande e São Domingos passava as noites ao pé do altar, implorando o auxílio de Deus.
        O fundador da Ordem, São Domingos de Gusmão, passava horas de suas noites diante do sacrário implorando a ajuda de Deus para combater as heresias que grassavam por toda a Europa.Certo dia, enquanto rezava em sua cela, apareceu-lhe a Virgem Maria sobre uma nuvem luminosa e ensinou-lhe um método de oração garantindo-lhe que daria resultados maravilhosos.                  Assim surgiu a devoção ao Rosário, composto sob a orientação da Rainha do Céu e que pouco tempo trouxe de volta ao seio da Igreja inúmeros pecadores.
        São Domingos, a fim de perpetuar o esforço missionário que começara com tão férteis resultados, fundou a Ordem dos Irmãos Pregadores ou Dominicanos, com a missão de propagar a devoção do saltério de Nossa Senhora, que logo se estendeu por diversos países da Europa.
        A consagração definitiva do rosário foi ocasião da famosa batalha naval de Lepanto, ganha pela Cristandade a 7 de outubro de 1571, quando estavam prestes a serem derrotados pelos turcos. Enquanto a armada cristã lutava desesperadamente contra os turcos, o povo em Roma rezava a oração ensinada pela Virgem Maria. A fim de imortalizar o triunfo das forças cristãs, Pio V instituiu a festa de Nossa Senhora das Vitórias, cujo nome foi mudado para Nossa Senhora do Rosário pelo seu sucessor, o papa Gregório XIII, que reconheceu no rosário a arma da vitória. No século XIX todo o mês de outubro foi dedicado pela Igreja Católica a esta piedosa oração.
        Nos últimos trinta anos, porém, o culto público à mãe de Deus encontrou dificuldades na Guatemala, por causa da ditadura militar que tomou o poder no país. Muitos cristãos sofreram perseguições e mortes, igrejas foram fechadas e milhares de católicos foram massacrados.
        A partir de 1995, graças ao fervor das orações daquele povo sofrido, sinais de esperança começaram a surgir, e em 1996, em sua visita ao país, o papa da paz, são João Paulo lI, disse à nação: "Este é um momento de graça para os guatemaltecos, surge no horizonte um sinal de alegria com a assinatura de acordos que porão fim à sua recente história de guerra e de violência" .

        Algumas imagens representam a Virgem Maria dando o rosário a São Domingos e em outras, além de São Domingos, aparece Jesus. A posição pode ser também invertida, isto é, Maria da o rosário a Santa Catarina e Jesus a São Domingos, porém esta inversão é mais comum em painéis pintados do que em esculturas. Entre os dois santos é comum o aparecimento do simbólico "cão com archote". 

        A Imagem de Nossa Senhora do Rosário da Guatemala, imagem ao lado, foi elaborada em 1592, a pedido do sacerdote dominicano Frei López de Montoya. A representação da Virgem foi criada totalmente em prata pura e revestida com vestes trabalhadas, as quais podemos ver hoje no Altar Mor do Templo de Santo Domingo.
        A Imagem se caracteriza pelo seu belo rosto. Ela carrega um grande rosário na mão direita, segurando o Menino Jesus com a esquerda, que, segundo a tradição, Ele dormia tranquilamente até chegar a Guatemala.
        Nossa Senhora do Rosário foi proclamada em 1833 "Rainha da Guatemala" e coroada canonicamente no dia 28 de janeiro de 1934, sob o pontificado do Papa Pio XI.
        Abaixo está a foto da basílica menor de Nossa Senhora do Rosário localizada na Guatemala.
       

ORAÇÃO:
Nossa Senhora do Rosário
dai a todos os cristãos, a graça de compreender
na qual, à recitação da Ave-Maria
se junta a profunda meditação dos santos mistérios
da Vida, Morte e Ressurreição de Jesus, 
vosso Filho e nosso Redentor.
São Domingos, apóstolo do Rosário,
acompanhai-nos com a vossa benção,
na recitação do terço,
para que por meio desta devoção a Maria,
cheguemos mais depressa a Jesus,
e como na batalha de Lepanto,
Nossa Senhora nos leve à vitória
em todas as lutas da vida;
por seu Filho, Jesus Cristo,
na unidade do Pai e do Espírito Santo.
Assim seja! 
Amém!

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

45-NOSSA SENHORA DE LA SALETE (PADROEIRA DA DOMINICA), DIA 19 DE SETEMBRO

        Dominica é uma ilha vulcânica das Pequenas Antilhas, que fica entre Martinica e Guadalupe. Aquele pequeno país de pouco mais de 100 mil habitantes só obteve sua independência política em 1978. Inicialmente colonizada pelos espanhóis, foi no séc. XVI invadida e dominada por piratas franceses.
        A devoção a Nossa Senhora da Salete foi herdada portanto da França, no século XIX. 
        O fenômeno dessa aparição foi detidamente estudado pelas autoridades eclesiásticas e finalmente veio a palavra final do Bispo de Grenoble, D. Felisberto de Bruilhard: "Julgamos que a aparição de Nossa Senhora a dois pastores, no dia 19 de setembro de 1846, numa montanha da Cordilheira dos Andes C..) tem todas as características de verdade e autenticidade e que os fiéis têm razões suficientes para nela acreditar como indubitável e certa".
        Em um sábado de 19 de setembro de 1846, véspera da festa de Nossa Senhora das Dores, Maximino Giraud, com 11 anos, e Melânia Calvat com 14 anos, foram pastorear seu gado na montanha da Salette.
        Cerca de meio dia tomaram sua refeição e, tendo posto os embornais perto da Fontinha (um regato assim chamado pelo povo dos arredores), deitaram-se na relva, distantes um do outro, e adormeceram.
        Despertando a pastorinha pelas 2h30 da tarde, chama o companheiro e diz:
        "Vamos ver onde está o nosso gado". Sobem então até o planalto que domina o vale e daí avistam as vacas deitadas na encosta do monte Gargas. Sossegados, tornam a descer, para buscar os embordais, quando de repente Melânia vê, no fundo do vale, uma luz mais brilhante que a do sol, o qual brilhava em todo o seu esplendor.
        Extasiada ao contemplar aquela estranha luz, Melânia pergunta: "Maximino, não vês lá embaixo aquele grande clarão?" E naquele momento o clarão se entreabre, e as duas crianças avistam no centro uma Bela Senhora cercada de glória, porém em atitude de profunda tristeza. Era a hora das primeiras vésperas de Nossa Senhora das Dores.
        A Bela Senhora, como diziam as crianças, estava sentada numa pedra, com os cotovelos apoiados nos joelhos, e o resto escondido entre as mãos. Os pastorinhos ficam muito assustados, mas a Bela Senhora levanta-se, cruza os braços sobre o peito e diz-lhes:
        "VINDE, MEUS FILHOS, NÃO TENHAIS MEDO: AQUI ESTOU PARA ANUNCIAR-VOS UMA GRANDE NOVA".
        Tranquilizados por aquela voz dulcíssima e maternal, Maximino e Melânia correm para junto dela, A Bela Senhora (assim chamavam sempre as crianças) trazia na cabeça um rico diadema e no curso, que revela a Rainha do Céu e da Terra:
        "SE MEU POVO NÃO QUISER SUBMETER-SE, VEJO-ME FORÇADA A DEIXAR CAIR O BRAÇO DE MEU FILHO. ESSE BRAÇO É TÃO FORTE E TÃO PESADO QUE NÃO POSSO MAIS SUSTÊ-LO. HÁ MUITO TEMPO QUE SOFRO POR VÓS. PARA QUE MEU FILHO NÃO VOS ABANDONE, SOU OBRIGADA A SUPLICAR-LHE INCESSANTEMENTE, E VÓS NÃO FAZEIS CASO. POR MAIS QUE REZEIS, POR MAIS QUE FAÇAIS, NUNCA PODEREIS RETRIBUIR-ME OS CUIDADOS QUE TENHO POR VÓS. DEI-VOS SEIS DIAS PARA TRABALHARDES; SÓ ME RESERVEI O SÉTIMO, E NEM ISSO QUEREIS CONCEDER-ME. EIS O QUE TORNA TÃO PESADO O BRAÇO DE MEU FILHO. AQUELES QUE CONDUZEM CARROÇAS NÃO FAZEM IMPRECAÇÕES SEM ABUSAR DO NOME DE MEU FILHO. SÃO ESTAS AS DUAS CAUSAS QUE TORNAM TÃO PESADO O BRAÇO DO MEU FILHO. SE A COLHEITA SE ESTRAGA, NÃO É SENÃO POR VOSSA CAUSA, BEM VO-LO MOSTREI NO ANO PASSADO, COM A COLHEITA DAS BATATAS, E NÃO FIZERDES CASO; AO CONTRÁRIO, QUANDO AS ENCONTRÁVEIS ESTRAGADAS, ERA ENTÃO QUE PRAGUEJÁVEIS, FALANDO SEM RESPEITO O NOME DE MEU FILHO. ELAS CONTINUARÃO A ESTRAGAR-SE, E, QUANDO CHEGAR O NATAL, NÃO HAVERÁ MAIS".
Nesse ponto do discurso Melânia olhou para Maximino, como que para perguntar-lhe o que significavam as palavras da Bela Senhora, e então a Santíssima Virgem lhes disse: "Não compreendeis o francês, meus meninos; vou falar-vos de outro modo".
        E repetiu no dialeto próprio da região um trecho do discurso, a começar de "SE A COLHEITA" etc., e continuou no mesmo dialeto o seu discurso: "SE TENDES TRIGO, NÃO O SEMEEIS, PORQUE TUDO QUE SE SEMEAR SERÁ DEVORADO PELOS BICHOS, E O QUE AMADURECER CAIRÁ NO PÓ NA EIRA. HAVERÁ UMA GRANDE FOME; ANTES, PORÉM, DE ESSE TEMPO CHEGAR, AS CRIANÇAS DE SETE ANOS PARA BAIXO SERÃO ACOMETIDAS DE UM TREMOR E MORRERÃO NOS BRAÇOS DAS PESSOAS QUE AS TIVEREM NO COLO. OS OUTROS FARÃO PENITÊNCIA POR MEIO DA FOME. AS NOZES E AS UVAS APODRECERÃO".
        Ditas essas palavras, a Santíssima Virgem continuou a falar, porém Melânia nada mais ouvia: é que Maximino recebia um segredo.
        Logo depois a Santíssima Virgem confiava também a Melânia um segredo, e Maximino, por sua vez, nada ouvia.
        Em seguida, a Bela Senhora prosseguiu seu discurso de modo a ser ouvida pelos dois pastorinhos, dizendo-lhes: "SE SE CONVERTEREM, AS PEDRAS E OS ROCHEDOS SE MUDARÃO EM TRIGO, E AS BATATAS APARECERÃO SEMEADAS DA TERRA".
"FAZEIS BEM VOSSA ORAÇÃO, MEUS FILHOS?" Perguntou depois as duas crianças.
"Não Senhora", responderam os dois; "muito bem, não".
        "AH, MEUS FILHOS", tornou a Bela Senhora, "É PRECISO FAZÊ-LA BEM DE MANHÃ E DE NOITE. QUANDO NÃO PUDERDES REZAR MAIS, REZAI AO MENOS UM PAI NOSSO E UMA AVE MARIA. AOS DOMINGOS SÓ VÃO À MISSA ALGUMAS MULHERES IDOSAS, E OS OUTROS NO VERÃO TRABALHAM, E NO INVERNO, QUANDO NÃO SABEM O QUE FAZER, VÃO À MISSA SOMENTE PARA ZOMBAR DA RELIGIÃO".
        Em seguida, a Virgem Maria acrescentou: "NUNCA VISTES TRIGO ESTRAGADO, MEUS FILHOS?" ambos responderam: "Não, Senhora".
        Dirigindo-se então a Maximino, disse-lhe: "MAS TU, MEU FILHO, TU DEVES TÊ-LO VISTO UMA VEZ, PERTO DE COIN, COM SEU PAI. O DONO DA TERRA DISSE A TEU PAI: 'VEM VER COMO O MEU TRIGO ESTÁ ESTRAGADO'. E FOSTES AMBOS. TEU PAI TOMOU DUAS OU TRÊS ESPIGAS E APERTOU-AS ENTRE AS MÃOS, E ELAS SE REDUZIRAM A PÓ. DEPOIS, AO VOLTARDES PARA CASA, TEU PAI TE DEU UM PEDAÇO DE PÃO, DIZENDO-TE: 'TOMA, MEU FILHO, COME PÃO AINDA ESTE ANO, PORQUE NÃO SEI NO QUE COMERÁS NO ANO VINDOURO, SE O TRIGO CONTINUAR A APODRECER'".
        Maxinino respondeu: "É verdade, Senhora; não me lembrava mais".
        A Santíssima Virgem terminou seu discurso com estas palavras: "POIS BEM, MEUS FILHOS, HAVEIS DE COMUNICAR ISTO A TODO MEU POVO".
        Logo depois dirigiu-se para o planalto donde os pastorinhos tinham avistado o gado; seus pés mal roçavam a relva.
        Encantados, os felizes videntes correm atrás dela, alcançando-a no alto da pequena elevação. Melânia coloca-se à sua frente e Maxinino à sua direita.
        A Mãe de Deus ficou aí um momento suspensa entre o céu e a terra,e, depois de olhar para os pastorinhos, ergueu os olhos ao céu e começou a desaparecer.
        Ficara um grande clarão, e, querendo Maximino ajuntar algumas das flores que a Bela Senhora tinha nos pés, tudo desapareceu.
        Voltando ao escurecer, com seus rebanhos, para a aldeia dos Ablanders, depois de terem passado o resto do dia muito contentes, conversando sobre a aparição, Melânia e Maximino contaram a seus patrões tudo o que tinham visto e ouvido na montanha.
        Essa narração, que os pastorinhos fizeram na tarde do mesmo dia 19 de setembro, repetiram-na depois invariavelmente a um número incalculável de peregrinos, como também perante as autoridades religiosas e civis.
        Logo após, no dia 21 de setembro, começaram as romarias ao local de aparição, cuja veracidade foi comprovada por inúmeros milagres. O bispo de Grenoble, a cuja diocese pertencia o sítio da Salete, a 1º de maio de 1852 fundou uma Congregação de Missionários para propagar a mensagem transmitida pela Virgem Maria, assim como a devoção a Nossa Senhora. Foi iniciada a construção do santuário, que ficou pronto em 1879.
        É um templo austero e sombrio, que parece feito para a penitência. Até hoje inúmeros peregrinos vão se ajoelhar perante a imagem da Virgem Santíssima, representada como apareceu aos jovens pastores, vestida com roupas de camponesa, sentada e chorando, com o rosto entre as mãos. Muitos deles sobem o escarpado caminho a pé. Nada mais comovente do que tomar parte no desfile noturno, Á luz das velas, ouvindo destacar-se, no meio do silêncio que domina o planalto, os cânticos que ressoam em louvor de Maria.
        Maximino morreu ainda jovem, mas Melânia Calvat faleceu somente em 1904, em odor de santidade, depois de uma vida repleta de trabalhos e aflições, como uma das fundadoras das "Filhas do Zelo do Divino Coração de Jesus".

(resumo do folheto "Aparição de Nossa Senhora da Salette, editado pelos Reverendíssimos Missionários da Salette).

ORAÇÃO:
Lembrai-vos, ó Nossa Senhora da Salete, 
das lágrimas que derramastes no Calvário.
Lembrai-vos também dos angustiados cuidados
que tendes por mim para livrar-me da justiça de Deus.
Depois de terdes demonstrado tanto amor por mim, não podeis abandonar-me.
Animado por este pensamento consolador venho lançar-me a vossos pés.
Apesar de minhas infidelidades e ingratidões.
Não rejeiteis a minha oração, ó Virgem reconciliadora,
mas atendei-me e alcançai-me a graça que tanto necessito.
Ajudai-me a amar a Jesus sobre todas as coisas.
Eu quero enxugar as vossas lágrimas
por meio de uma vida santa
e assim merecer um dia viver convosco
e desfrutar a felicidade eterna no céu. Amém!

Em breve estará na integra no topo do blog o segredo completo de Nossa Senhora de Salete e já se encontra lá os três segredos de Fátima.