sexta-feira, 7 de setembro de 2018

33-NOSSA SENHORA DOS TRINTA E TRÊS (PADROEIRA DO URUGUAI), 19 DE ABRIL


      A devoção à imagem que tomou o nome de “A Virgem dos Trinta e Três” teve início numa fazenda denominada “Virgem dos Desamparados”, de propriedade dos padres Jesuítas, e situada ao redor da cidade de nome Florida, no Uruguai.
        A história mariana no Uruguai começou em 1726, ano da fundação de Montevidéu, com sua primeira igreja dedicada à Imaculada Conceição de Maria.
        Em 1767 os Padres Jesuítas foram expulsos da Espanha e também de toda a América Latina. O povoado, que era próspero, decaiu tanto que mais tarde, quando o novo pároco, Padre Santiago Figueiredo tomou posse, não restavam mais do que cinco famílias no local, em um terreno improdutivo e estéril.
        O povo, porém, não esqueceu a milagrosa imagem, construindo uma rústica capela de palha e barro.
        Conta a história que antes da última batalha decisiva no Uruguai, em maio de 1823, sob o comando do general Juan Lavalleja, 33 soldados vindos do Brasil desfilaram diante do altar da Virgem de Luján deI Pintado, na cidade de Florida. 
        No dia 19 de abril de 1825, desembarcaram na praia da Agraciada, trinta e três homens comandados pelo general Antônio Lavalleja que pretendiam libertar a pátria, sob o lema: “Liberdade ou morte”. Conquistaram Soriano, Colonia, San José, Guadalupe e Florida. Instalaram em junho um Governo provisório e, conforme o costume daqueles tempos, foram à Igreja para implorar o auxílio de Deus e de Sua Santíssima Mãe para a nova pátria uruguaia.
Na mesma cidade de Florida, no dia 25 de agosto de 1825, reuniu-se a Assembléia Nacional Constituinte da República Oriental do Uruguai para declarar a sua independência. 
        Depois de lida a ata, todos, governantes e o povo, se dirigiram à Igreja e ajoelharam-se diante da pequena imagem da Virgem, colocando a pátria sob a sua maternal proteção. Diante da imagem foi colocada uma bandeira tricolor. Comandantes e soldados dobraram reverentes os joelhos. O povo, que enchia a praça maior, o exército e o novo governo lotaram a Igreja para o solene canto do “Te Deum” (Ação de Graças) e o pároco deu a benção aos heróis e ao povo.
        A partir da instalação da Soberana Assembléia, ainda na casa de D. Ana Hernandez, ao lado da Igreja, que se começou a chamar aquela milagrosa imagem de “A Virgem dos Trinta e Três“.
        No ano de 1857, o segundo chefe dos Trinta e Três, general Manuel Oribe, em agradecimento à “Virgem dos Trinta e Três”, ofereceu-lhe uma preciosa coroa que até hoje se conserva no tesouro da Catedral.
       Trasladada para a cidade de Florida, a pequena imagem traz hoje em uma lápide a histórica inscrição:“Diante desta imagem de Nossa Senhora de Luján del Pintado, os trinta e três inclinaram sua bandeira tricolor; a ela também invocaram os Convencionais da Independência“.
       Durante a guerra da independência do país muitos fatos históricos revelaram a filial devoção dos uruguaios a Maria.
          Inspirada na Assunção de Murillo, sua estatueta, de 36 cm apenas, foi esculpida por um indígena, que a expôs à veneração numa ermida na Serra do Pintado, próxima a uma aldeia jesuíta. Com a partida dos jesuítas surgiu ao seu redor um pequeno centro habitado, Vila de Luján deI Pintado, que mais tarde tornou-se paróquia.
        No dia 11 de novembro de 1961 a Santa Sé, sob ordem do papa João XXIII, permitiu a coroação pontifícia da imagem e, no dia 21 de novembro de 1962, a Virgem dos Trinta e Três foi proclamada padroeira do Uruguai, e, em 1° de abril de 1963, a catedral de Florida foi honrada com o título de Basílica Menor.
        Sua festa é celebrada no dia 8 de dezembro.
        No segundo domingo de novembro de cada ano, milhares de peregrinos se reúnem para celebrar as festividades de sua Padroeira e pedir a sua proteção para os uruguaios.

ORAÇÃO:
Santíssima Virgem Maria, 
diante da vossa imagem 
inclinam a bandeira 
e dobram os joelhos 
os fundadores de nossa Pátria. 
Protegei sempre este povo 
nascido à vossa sombra benfeitora. 
Fazei, ó Mãe, 
que em nossos lares 
floresçam a religião 
e todas as virtudes cristãs. 
Fazei que vejamos crescer 
o reinado de Cristo, 
que é a verdade e a justiça. 
Alcançai-nos a eterna salvação, 
trazida para todos 
pelo vosso Filho Jesus Cristo, 
que com o Pai e o Espírito Santo 
vive e reina pelos séculos dos séculos. 
Amém.

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