quinta-feira, 26 de julho de 2018

24- NOSSA SENHORA DA GLÓRIA, 15 DE AGOSTO

      Maria, a criatura privilegiada com a isenção do pecado original e com a prerrogativa de ter sido escolhida para ser a Mãe-Virgem do Filho do Altíssimo, subiu ao céu em corpo e alma. Aquele corpo imaculado não podia ser desfeito na sepultura, como um corpo qualquer.
        Com grande veneração e amor o Santo Corpo depositado no sepulcro pelos apóstolos, que, conforme reza a tradição, estavam presentes na ocasião de sua bendita morte e de seu sepultamento, menos o apóstolo são Tomé, que, chegando ao terceiro dia, quis ver mais uma vez o Sagrado Corpo; abriram, pois, o sepulcro, e eis que o encontraram vazio, porém repleto de frescas e lindas flores, que exalavam um agradíssimo perfume!
        Estava confirmado o que os apóstolos e os outros fiéis suspeitavam: tendo eles passado três dias e três noites junto do sepulcro, rezando-se em grupos, ouviam continuamente coros angélicos que louvavam a Mãe de Deus, aos quais juntavam seus fracos louvores.
        Os coros cessaram quando Maria subiu ao céu! Maria ressuscitou!
     Convencidos de que o Senhor, antecipando-a à ressurreição geral, tinha-a feito entrar triunfalmente na glória, os apóstolos e seus sucessores sempre o creram e ensinaram, e tal é o sentir da Igreja no decorrer dos séculos. 
        E quem poderia supor que assim não fosse?!
        Ah! não, não pode haver cristão-católico que não creia e professe que Maria Santíssima subiu rediviva para a glória, para continuar sua missão de co-redentora, principalmente depois que o Santo Padre Pio XII, anuindo ao desejo dos católicos do mundo inteiro, proclamou o dogma da Assunção.
        Assunta est Maria in coelum!...
        A festa da Assunção de Nossa Senhora enche-nos de alegria, por ser mais uma prerrogativa, a engrandecê-la, a sua triunfante entrada na glória, "em corpo e alma"; é por este motivo que o dia da Assunção, 15 de agosto, é celebrado como o dia de Nossa Senhora da Glória, isto é, Maria granjeou, com sua gloriosa subida ao céu, mais um título. Há quem diga também, pelo mesmo motivo, Nossa Senhora da Assunção. 
        Os principais elementos celebrados nesta devoção aparecem no rosário, quando rezamos os "mistérios gloriosos" (da Glória), associando a missão de Maria à de Cristo. Os mistérios são: ressurreição de Jesus, ascensão de Jesus, descida do Espírito Santo, assunção de Maria e coroação de Maria. Sua devoção chegou ao Brasil em 1503, trazida pelos imigrantes portugueses, que construíram em Porto Seguro a primeira igreja a ela dedicada. 

ORAÇÃO:
Ó dulcíssima soberana, Rainha da Glória, 
bem sabemos que somos pobres pecadores. 
Sabemos também que a vossa grandeza 
não vos fez esquecer a nossa miséria 
e, no meio de tanta glória, 
a vossa compaixão, longe de diminuir, 
aumenta cada vez mais para conosco. 
Do alto desse trono 
onde reinais sobre todos os anjos e santos, 
volvei para nós vossos olhos misericordiosos. 
Vede a quantas tempestades e mil perigos 
estaremos sem cessar, 
expostos até o fim de nossa vida! 
Pelos merecimentos de vossa bendita morte 
obtendo-nos o aumento da fé, 
da confiança 
e da santa perseverança na amizade com Deus, 
para que possamos, um dia, 
ir beijar vossos pés 
e unir as nossas vozes às dos espíritos celestes, 
para cantar a vossa glória eternamente no céu. 
Assim seja.

sábado, 21 de julho de 2018

23- NOSSA SENHORA ROSA MÍSTICA, 13 DE JULHO

       Desde os primeiros séculos, Nossa Senhora é invocada como Rosa Mística.
     O Hino Acatista, das igrejas do Ocidente, tem a invocação "Maria, Rosa Mística, da qual veio Cristo como milagroso perfume...".
        As ladainhas lauteranas, que datam de 1587, também trazem a invocação "Rosa Mística", que aparece ainda nos escritos dos Santos Padres.
        Na Itália, a devoção mais antiga a Rosa Mística está relacionada a uma pequena imagem de Nossa Senhora segurando o Menino Jesus no braço esquerdo, tendo na mão direita um galho de roseira com uma flor aberta.
        A Nossa Senhora Rosa Mística se atribuem uma série de milagres, desde 1737. Na Alemanha, o Santuário de Rosenberg abriga uma imagem milagrosa de Nossa Senhora Rosa Mística, venerada desde 1738. No pedestal da imagem estão três rosas, uma vermelha, uma amarela e uma branca. 
        A mais conhecida devoção é relacionada às aparições de Nossa Senhora a  Pierina Gilli, no hospital em que trabalhava na cidade de Montechiari, ao norte da Itália. 
        O ano era 1947 e, um certo dia, Pierina estava num dos quartos do hospital quando teve a visão da Virgem, vestida com uma túnica púrpura e um véu branco. Em seu peito tinha três espadas encravadas e sua feição era de muita tristeza.
      Nossa Senhora chorou e disse três palavras: "oração, penitência e expiação".
         Existe um significado para as três espadas que apareceram no coração de Maria. Uma das espadas simboliza a escassez das vocações; outra espada representa os pecados mortais dos religiosos e a última simboliza o sofrimento sentido por Maria pelos sacerdotes e monges que cometeram a mesma traição de Judas.
        Na segunda aparição, as espadas foram substituídas por três rosas: uma vermelha (representando o espírito de oração e sacrifício), uma amarela (espírito de penitência) e uma branca (espírito de oração). e uma dourada. Nossa Senhora disse que tinha vindo para auxiliar aos sacerdotes, através de uma nova devoção Mariana a ser instituída em todo o mundo. Neste dia a Virgem Santíssima pediu que o dia 31 de cada mês fosse consagrado como dia mariano e escolheu o dia 13 de julho para ser dedicado à "Rosa Mística".
        Nas aparições seguintes, a Mãe de Deus insistiu nos pedidos de oração e penitência, decretou o dia 8 de dezembro ao meio-dia como a "hora da graça" e manifestou o desejo de ser venerada como Nossa Senhora da Rosa Mística, sempre unida à veneração do seu Coração Imaculado, principalmente nos conventos e instituições religiosas.
        Em 1966, Nossa Senhora iniciou a segunda etapa de aparições para Pierina Gilli na gruta em Fontanelle, bairro de Montechiari, onde realizou muitas curas. Numa das aparições, a Virgem disse que seu Divino Filho a tinha enviado para dar poderes de cura milagrosa a esta fonte para todos os enfermos, e todos os filhos que se arrependerem diante de Jesus Cristo.

ORAÇÃO:
Rosa Mística, Virgem Imaculada, Mãe da Graça,
para honra de vosso Divino Filho, nos prostramos diante de vós, 
implorando a misericórdia de Deus; 
não por nossos méritos, 
mas pelo amor de vosso Coração Maternal,
nós vos suplicamos que nos concedais proteção e graça 
com a certeza de que nos haveis de atender.
Ave Maria...

Rosa Mística, Mãe de Jesus, Rainha do Santo Rosário e Mãe da Igreja, 
Corpo Místico de Cristo, 
nós vos pedimos que concedais ao mundo, 
dilacerado pela discórdia, 
a unidade e a paz 
e todas aquelas graças 
que podem mudar o coração de tantos de teus filhos.
Ave Maria...

Rosa Mística, Rainha dos Apóstolos, 
fazei florescer a volta da Mesa da Eucaristia, 
muitas vocações sacerdotais e religiosas 
que difundam, com a santidade de sua vida 
e com o zelo apostólico pelas almas, 
o Reino de vosso Filho Jesus por todo o mundo. 
Derramai sobre nós também 
a abundância de vossas graças celestiais!
Ave Maria..
Salve Rainha...

terça-feira, 17 de julho de 2018

22-NOSSA SENHORA DAS DORES, 15 DE SETEMBRO

        A Igreja celebra duas festas em honra de Nossa Senhora das Dores: a primeira, na sexta-feira da Paixão, e a outra, no dia 15 de setembro.
        A primeira festa de Nossa Senhora das Dores é celebrada em toda a Igreja desde o ano de 1727, por ordem do papa Bento XIII, mas a segunda já se celebrava antes em diversas igrejas e ordens religiosas, quando o papa Pio VIII, pelo decreto de 18 de setembro de 1814, autorizou-a para todo o mundo católico.
        É muito provável que esta festividade tenha sido instituída ou, pelo menos, propagada pelo concílio provincial que se reuniu em Edônia no ano de 1413, o qual, para refrear a audácia dos hereges hussitas, que com sacrílego furor desfiguravam as imagens de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Virgem Dolorosa, estabeleceu que todos os anos, na sexta-feira seguinte ao domingo da Paixão, se celebrasse a festa da comemoração das angústias e dores da bem-aventurada Virgem Maria. 
        Na primeira festa (a da semana da Paixão) celebramos, pois, a fortaleza e paciência invencível com que a Santíssima Virgem Maria, na dolorosa paixão de seu Divino Filho, se deixou atravessar pela espada que lhe profetizara o santo velho Simeão.
        Meditemos, portanto, com a santa Igreja, nesta Igreja, nesta primeira festa, nos tormentos de Jesus, os quais dilaceraram, com a mesma crueldade, o coração de sua Mãe Santíssima.
        Na segunda festa das Dores de Maria (a de setembro) comemoram-se todas as suas dores, principalmente as sete dores principais que a Virgem Santíssima teve na vida, paixão e morte de seu amado Jesus.
        Ó Cristãos que lêem, ao menos na época das duas festas dedicadas a suas dores, façamos companhia à Rainha dos Mártires, e, condoendo-nos de suas pungentes dores, peçamos-lhe que nos dê um grande ódio ao pecado, causa de suas dores, e força e auxílio para a imitarmos, levando com paciência e submissão a nossa cruz. Peçamos-lhe também que nos assista principalmente no último combate de nossa vida, para que, depois de termos comemorado suas dores, na terra, possamos participar de suas alegrias no céu.

(Extraído dos livros Ano cristão, do Pe. Croiset, SJ e Maria ensinada à mocidade do livro Maria e seus Títulos Gloriosos de Edésia Aducci)

CURIOSIDADE: Estamos no século das imagens, de forma que elas são usadas fortemente na nova forma humana de comunicação, e assim, não podemos deixar de destacar a grande contribuição artística ao longo da história que fizeram muitas e peculiares imagens representando a Santíssima Mãe de Deus. Algumas são erroneamente atribuídas a títulos que não representam a real divulgação, como as duas imagens abaixo. A da esquerda é chamada de Virgem Venerável, e da da direita, Nossa Senhora da Meditação. Por ambas as representações estarem com o típico mando roxo da imagem de Nossa Senhora das Dores, são chamadas de Nossa Senhora das Dores, mas na verdade elas e outras representações tem seus "títulos" específicos. Claro que todas as formas de representação da Virgem se referem a própria Virgem, de forma que não existem "duas virgens Maria". Então como saber o título correto da representação? Observando os detalhes, a primeira festa, como descrito acima, normalmente é representada com apenas uma espada. Já a segunda, normalmente é representada com 7 espadas, como na imagem acima. 

                       
                              Virgem Venerável                                 Nossa Senhora da Meditação

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS DORES
(oração de Santo Afonso Maria de Ligório)

"Ó Mãe das Dores, Rainha dos mártires,
que tanto chorastes vosso Filho morto para me salvar,
alcançai-me uma verdadeira contrição dos meus pecados
e uma sincera mudança de vida,
com uma incessante e terna compaixão
pelos sofrimentos de Jesus e pelos vossos.

Enfim, ó minha Mãe, pela dor que experimentastes
quando o vosso divino Filho, no meio de tantos tormentos,
inclinando a cabeça, expirou a vossa vista sobre a cruz,
eu vos suplico que me alcanceis uma boa morte.

Por piedade, ó Advogada dos pecadores,
não deixeis de amparar a minha alma
na aflição e no combate da terrível passagem
desta vida para a eternidade.
E como é possível que nesse momento
a palavra e a voz me faltem
para pronunciar o vosso nome e o de Jesus,
nomes que são toda a minha esperança,
rogo-vos desde já a vosso Divino Filho e a Vós,
que me socorrais nesta hora extrema,
e assim direi: JESUS e MARIA, entrego-vos a minha alma."