terça-feira, 17 de julho de 2018

22-NOSSA SENHORA DAS DORES, 15 DE SETEMBRO

        A Igreja celebra duas festas em honra de Nossa Senhora das Dores: a primeira, na sexta-feira da Paixão, e a outra, no dia 15 de setembro.
        A primeira festa de Nossa Senhora das Dores é celebrada em toda a Igreja desde o ano de 1727, por ordem do papa Bento XIII, mas a segunda já se celebrava antes em diversas igrejas e ordens religiosas, quando o papa Pio VIII, pelo decreto de 18 de setembro de 1814, autorizou-a para todo o mundo católico.
        É muito provável que esta festividade tenha sido instituída ou, pelo menos, propagada pelo concílio provincial que se reuniu em Edônia no ano de 1413, o qual, para refrear a audácia dos hereges hussitas, que com sacrílego furor desfiguravam as imagens de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Virgem Dolorosa, estabeleceu que todos os anos, na sexta-feira seguinte ao domingo da Paixão, se celebrasse a festa da comemoração das angústias e dores da bem-aventurada Virgem Maria. 
        Na primeira festa (a da semana da Paixão) celebramos, pois, a fortaleza e paciência invencível com que a Santíssima Virgem Maria, na dolorosa paixão de seu Divino Filho, se deixou atravessar pela espada que lhe profetizara o santo velho Simeão.
        Meditemos, portanto, com a santa Igreja, nesta Igreja, nesta primeira festa, nos tormentos de Jesus, os quais dilaceraram, com a mesma crueldade, o coração de sua Mãe Santíssima.
        Na segunda festa das Dores de Maria (a de setembro) comemoram-se todas as suas dores, principalmente as sete dores principais que a Virgem Santíssima teve na vida, paixão e morte de seu amado Jesus.
        Ó Cristãos que lêem, ao menos na época das duas festas dedicadas a suas dores, façamos companhia à Rainha dos Mártires, e, condoendo-nos de suas pungentes dores, peçamos-lhe que nos dê um grande ódio ao pecado, causa de suas dores, e força e auxílio para a imitarmos, levando com paciência e submissão a nossa cruz. Peçamos-lhe também que nos assista principalmente no último combate de nossa vida, para que, depois de termos comemorado suas dores, na terra, possamos participar de suas alegrias no céu.

(Extraído dos livros Ano cristão, do Pe. Croiset, SJ e Maria ensinada à mocidade do livro Maria e seus Títulos Gloriosos de Edésia Aducci)

CURIOSIDADE: Estamos no século das imagens, de forma que elas são usadas fortemente na nova forma humana de comunicação, e assim, não podemos deixar de destacar a grande contribuição artística ao longo da história que fizeram muitas e peculiares imagens representando a Santíssima Mãe de Deus. Algumas são erroneamente atribuídas a títulos que não representam a real divulgação, como as duas imagens abaixo. A da esquerda é chamada de Virgem Venerável, e da da direita, Nossa Senhora da Meditação. Por ambas as representações estarem com o típico mando roxo da imagem de Nossa Senhora das Dores, são chamadas de Nossa Senhora das Dores, mas na verdade elas e outras representações tem seus "títulos" específicos. Claro que todas as formas de representação da Virgem se referem a própria Virgem, de forma que não existem "duas virgens Maria". Então como saber o título correto da representação? Observando os detalhes, a primeira festa, como descrito acima, normalmente é representada com apenas uma espada. Já a segunda, normalmente é representada com 7 espadas, como na imagem acima. 

                       
                              Virgem Venerável                                 Nossa Senhora da Meditação

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS DORES
(oração de Santo Afonso Maria de Ligório)

"Ó Mãe das Dores, Rainha dos mártires,
que tanto chorastes vosso Filho morto para me salvar,
alcançai-me uma verdadeira contrição dos meus pecados
e uma sincera mudança de vida,
com uma incessante e terna compaixão
pelos sofrimentos de Jesus e pelos vossos.

Enfim, ó minha Mãe, pela dor que experimentastes
quando o vosso divino Filho, no meio de tantos tormentos,
inclinando a cabeça, expirou a vossa vista sobre a cruz,
eu vos suplico que me alcanceis uma boa morte.

Por piedade, ó Advogada dos pecadores,
não deixeis de amparar a minha alma
na aflição e no combate da terrível passagem
desta vida para a eternidade.
E como é possível que nesse momento
a palavra e a voz me faltem
para pronunciar o vosso nome e o de Jesus,
nomes que são toda a minha esperança,
rogo-vos desde já a vosso Divino Filho e a Vós,
que me socorrais nesta hora extrema,
e assim direi: JESUS e MARIA, entrego-vos a minha alma."

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