segunda-feira, 30 de março de 2020

54-NOSSA SENHORA DO LÍBANO, PADROEIRA DO LÍBANO, PRIMEIRO DOMINGO DE MAIO

"Vem do Líbano, esposa minha, vem do Líbano e serás coroada..." (Cântico dos Cânticos:4,8).

        O Líbano, também chamado "O País dos Cedros", é segundo a Bíblia a terra onde correm o leite e o mel. Em árabe seu nome significa leite e em siríaco é sinônimo de brancura. 
        É constituído por duas cadeias paralelas de montanhas, que correm na direção norte-sul, sendo a que ladeia o Mediterrâneo conhecida pelo nome de Monte Líbano. Antigamente ela era coberta de espessas florestas de cedros, madeira muito apreciada na Antiguidade, que foi exportada para a Palestina e utilizada na construção do templo de Jerusalém.
        Pastores bíblicos lá estiveram com suas cabras e ovelhas e Nosso Senhor Jesus Cristo, quando na chamada Terra de Tiro e Sidon libertou um possesso do demônio, descansou demoradamente o seu olhar nas cristas daquelas serras. Diz antiga lenda que, no cimo do Annaua, São Miguel entregou a Set, filho de Adão, para ali plantar, um ramo da árvore da misericórdia... Foi também com embarcações de cedros que os fenícios, sulcaram o mar Mediterrâneo em todas as direções e atingiram o Oceano Atlântico, chegando às ilhas de Cabo Verde e até mesmo à Grã-Bretanha. 
        A Bíblia Sagrada, no livro de Isaías, nos fala: "O Líbano cairá com seus altos cedros" (19,34) e "a glória do Líbano lhe será dada" (Isaías:35,2).
Existe uma grande devoção dos libaneses por Nossa Senhora. 
        A devoção a Nossa Senhora do Líbano remonta aos primeiros séculos da Igreja, mas sua história inicial não é conhecida, os antepassados dos libaneses, chamados fenícios conheceram Maria pessoalmente. 
        A proteção da Virgem e de São Maron salvou o Líbano de muitos perigos, conservando a sua autonomia no decorrer dos séculos e confirmando seus habitantes na fé católica.
São Maron, no século V presenteou o povo libanês com um conjunto de leis civis e religiosas que formam o rito maronita. 

        Acima a imagem do Cedro do Líbano e a bandeira do País.
        No dia 08 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX proclamou solenemente o dogma da Imaculada Conceição, isto é, a Virgem Maria foi concebida no seio de sua mãe sem a mancha do pecado original. A grandeza deste evento teve uma consonância extraordinária no mundo cristão. Espalhou a alegria e a tranquilidade em muitos países, dissipando assim os combates dos teólogos que debatiam sobre a Imaculada Conceição de Maria desde o século XII.
        Cinquenta anos mais tarde, a Igreja Católica celebrou o jubileu de ouro do estabelecimento deste dogma. Nesta ocasião o Patriarca Maronita e o Núncio Apostólico no Líbano e Síria, de comum acordo, inspiraram aos Libaneses um impulso de fé e de entusiasmo para homenagear a Virgem Maria. Tiveram a ideia de erguer um monumento religioso para perpetuar a lembrança da confirmação do dogma da Imaculada Conceição e para destacar o amor do povo libanês a Maria Santíssima, através de todos os séculos e por todas as gerações.
        À margem do Mediterrâneo, no cume da montanha do Hariça, defronte da baía de Djuniche e Beirute, foi construído seu monumento, que mede 30 metros de altura. Esse monumento de Nossa Senhora do Líbano foi erguido em 1910, por iniciativa do grande patriarca maronita monsenhor Elias Pedro Hoayeck. Sob esse monumento está o santuário de Nossa Senhora do Líbano, continuamente visitado por milhares de fiéis que vêm de todo o Oriente e também da Europa. É um templo para comemorar o cinquentenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição.
        Após consultar Bispos, padres e leigos, os responsáveis religiosos decidiram chamar o monumento pelo nome de Nossa Senhora do Líbano. A opinião de vários engenheiros e arquitetos deu como resultado a escolha do lugar chamado "O Rochedo", na pequena aldeia de Harissa. Este Rochedo é uma maravilhosa colina com vista belíssima ao mar e a Beirute. Além disso, o lugar escolhido fica perto da Nunciatura Apostólica, de Bkerke, residência do Patriarca Maronita, de Charfe, residência do Patriarca sírio-católico e não longe de Bzummar, residência patriarcal dos Armênios católicos.
        Podemos crer que a Providência inspirou aos responsáveis a escolha desta colina que simboliza, por sua beleza, a magnificência e a santidade da Virgem Maria, Senhora do Líbano.          Neste lugar alto eleva-se um belo Santuário com uma estatua artística da mãe de Deus, a Imaculada Conceição.
        A construção, iniciada no ano de 1904, foi inaugurada em 1908. O belo monumento é composto por uma capela circular, com o formato de uma torre, rodeada por longa rampa em espiral. Sobre o santuário encontra-se uma imagem da Imaculada Conceição, mandada fazer na França e pesando cerca de 14 toneladas. Este templo é continuamente visitado por milhares de fiéis procedentes de todo o Oriente e também da Europa, que vêm agradecer a Nossa Senhora do Líbano os inúmeros milagres e graças alcançadas em seu intermédio.
        Em 1954, o Papa João XXIII, então Cardeal, coroou solenemente a estátua de Nossa Senhora do Líbano, por ocasião do cinquentenário de sua construção e do centésimo aniversário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição.
        A estátua feita de bronze e pintada de branco, veio da França, da cidade de Leon. Sua altura é de 8 metros e meio, com 5 metros de diâmetro e pesa quinze toneladas. Uma verdadeira obra prima de extraordinária beleza A Virgem com as mãos estendidas e abertas para o mar (Bahia de Junieh) e a capital Beirute.
        A base da estátua foi construída de pedra natural, a sua altura é de 20 metros, sua circunferência inferior é de 64 metros e a superior de 12 metros. Uma escada em colimação de 110 degraus leva os peregrinos até o cume aos pés da estátua.
        Terminada a construção do Santuário e as praças preparadas, a inauguração foi marcada para o primeiro Domingo de Maio de 1908. Desde a madrugada daquele dia histórico, inumeráveis multidões chegavam de toda parte do Líbano com as suas bandeiras e confrarias. Assim, todas as praças, as ruas e todos os lugares vizinhos estavam transbordando de fiéis devotos à Virgem Maria. As dez horas, o Núncio Apostólico Frediano Gianini começou a cerimônia religiosa, benzendo o Santuário e a estátua.
        Em seguida, o Patriarca Elias Hoyek com vários Bispos e sacerdotes celebraram a Missa Pontifical. O Governador geral do Líbano foi representado pelo Comandante chefe do exército libanês, Barbar Khazen. Em seu sermão o Patriarca destacou sobre tudo o Amor e a devoção particular dos Libaneses para a Virgem Maria, através de todos os tempos.
        No final do Ofício divino, a cerimônia foi encerrada por uma procissão do Ícone de Nossa Senhora do Líbano na grande praça do Santuário. Naquele momento O Patriarca declarou que o primeiro Domingo de maio será a festa anual de Nossa Senhora do Líbano.
        Para melhor transportar os peregrinos, foram construídos quarenta teleféricos, que partem da cidade de Djuniche, situada à beira-mar, e se dirigem à montanha do santuário, descortinando aos olhos dos transeuntes um esplêndido panorama.
        Nossa Senhora do Líbano possui muitos devotos no Brasil, principalmente entre os membros da colônia libanesa. Existem templos dedicados a Nossa Senhora do Líbano em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Juiz de Fora.
        Em 1931 o cardeal dom Sebastião Leme inaugurou solenemente seu templo no Rio de Janeiro, e desde então se tem levantado a proeira dos libaneses em várias cidades do Brasil. 

ORAÇÃO
Ó Maria, rainha dos montes e dos mares, 
Senhora do nosso querido Líbano, 
cuja glória te foi dada, 
tu quiseste que ele seja o teu símbolo.
O teu brilho supera o da neve do Líbano 
e o perfume da tua pureza 
espalha-se como o perfume das flores do Líbano. 
Tu te elevaste majestosa 
como o cedro do Líbano.
A ti pedimos, ó Virgem, 
volve o teu materno olhar 
para todos os teus filhos e, 
estendendo as tuas imaculadas mãos, 
abençoa a todos eles.
Amém

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