sábado, 29 de setembro de 2018

37-NOSSA SENHORA DE SUYAPA (PADROEIRA DE HONDURAS), 3 DE FEVEREIRO


      Todo sábado o jovem lavrador Alejandro Colindres e seu companheiro, o menino de 8 anos, Lorenzo Martinez, deixavam mais cedo o trabalho na roça para chegar ao anoitecer a sua terra, Suyapa. Naquele sábado de fevereiro de 1747, inexplicavelmente, saíram mais tarde do trabalho de colheita de trigo. Surpreendidos pela noite, resolveram achar um lugar para descansar.
        Deitados na relva, os dois companheiros tentavam dormir. O menino dormiu logo. Alejandro não conseguia adormecer, pois alguma coisa incomodava suas costas. Sem saber se era pedra ou raiz, livrou-se do objeto atirando-o para bem longe. Começava a dormir quando sentiu-se incomodado pelo mesmo objeto. Pegou de novo aquela pedra ou raiz e, para não ser novamente incomodado, guardou-a dentro da mochila.
        Ao amanhecer descobriu surpreso que o misterioso objeto era uma pequena imagem de Nossa Senhora entalhada em cedro, medindo 6 e meio centímetros possivelmente trabalhada com devoção por um artista piedoso. Em seu olhar angelical reflete-se a nobreza da raça indígena. Morena de rosto ovalado, com cabelos até os ombros. Tem as mãos unidas em atitude de oração. A cor original de seu vestido é rosa pálido. O conjunto, com seus resplendores lembra a mulher vestida de sol que aparece no Apocalipse. Já em casa, Alejandro deixou a mochila com sua mãe, que logo começou a desfazê-la. Enrolado em sua camisa, a mãe encontrou a imagem da Virgem Imaculada. 
        Aquela família, tomada por um profundo espírito religioso, começa ali mesmo a devoção à Imaculada Conceição de Suyapa.
        O primeiro prodígio da Virgem de Suyapa aconteceu com José de Zelaya y Midense, capitão dos Granadeiros. Ainda muito jovem, sofria de sérios problemas renais, e não havia remédio que o curasse. No auge de seu sofrimento, alguém lhe fala da Imagem de Nossa Senhora de Suyapa. Pede para vê-Ia. A mãe de Alejandro deixa que a levem até a casa do capitão. Este a recebe de joelhos e pede-lhe a cura, prometendo construir-lhe uma capela em sua aldeia. Não passaram três dias e o capitão expeliu as pedras que durante anos foram a causa de suas dores.
        Depois de alguns anos o capitão, completamente curado, construiu em sua fazenda, no vale de Suyapa, uma capela para a Virgem. A pequena capela passou por diversas transformações, e hoje é o Santuário de Nossa Senhora de Suyapa, cuja festa é celebrada no dia 3 de fevereiro.
        O atual templo é gigantesco, com 93 metros de comprimento e torres de 43 metros de altura, que sustentam 42 sinos. Pio XII declarou-a padroeira de Honduras em 1925.
        A primeira ermida foi construída em 1780.
        Em 1925 Pio XII declarou Nossa Senhora de Suyapa Padroeira de Honduras e escolheu-se o dia 03 de fevereiro para sua Festa.
São João Paulo II visitou a atual Igreja, em 1983. No país dos pobres está localizado em uma das regiões mais humildes.

ORAÇÃO:
Estimada Senhora de Suyapa, 
padroeira de Honduras, 
escolhestes manifestar-vos 
aos mais pobres e humildes, 
dois trabalhadores. 
Manifestai hoje 
o vosso amor pelos pobres, 
amenizando as dores 
dos que sofrem 
com a exclusão e com a fome. 
Intercedei por todos 
os que não conseguem trabalho digno 
e por aqueles 
que são explorados e injustiçados. 
Amém. 


terça-feira, 18 de setembro de 2018

36-NOSSA SENHORA DAS MERCÊS (PADROEIRA DO PERU), 24 DE SETEMBRO


        No início do século XII quase toda a Península Ibérica gemia sob o jugo muçulmano. Grande número de espanhóis estava escravizado pelos mouros e sujeito aos piores tratos. 
        E foi nesto contexto que a Virgem Maria ganhou mais um título glorioso. A Santíssima Virgem, condoendo-se do sofrimento de seus filhos, quis ser a principal fundadora de uma Ordem Religiosa destinada a prestar socorro a estes infelizes. 
        "Mercês" significa misericórdia, favor, graça, algo que não tem preço nem remuneração.
        Considerada no início padroeira oficial das Forças Armadas, Nossa Senhora das Mercês é cultuada no Peru desde o século XVI. 
        Era invocada como padroeira de toda a nação peruana. A festa anual de Nossa Senhora das Mercês acontece com grande pompa no dia 24 de setembro de cada ano. 
        Essa devoção foi trazida à América, em especial ao Peru, pelos padres mercedários, cuja ordem foi fundada por São Pedro Nolasco, aconselhado por Nossa Senhora, para resgatar os cativos infiéis.
        Conta a história dessa ordem que, na noite de 1º de agosto de 1218, época em que os cristãos da península ibérica eram escravizados pelos mouros, a ponto de perderem sua fé e sua inocência, Nossa Senhora apareceu em sonho a três homens: Pedro, militar francês de origem fidalga, que veio a ser São Pedro Nolasco; Raimundo, um dos mais notáveis teólogos de sua época, mais tarde São Raimundo Peñaforte; e Jaime, piedoso rei de Aragão, convidando-os a fundar uma ordem religiosa com a missão de trazer os cristãos cativos de volta para a fé. 
        A Virgem Maria disse-lhe: "-Deus quer que estabeleça uma Congregação Religiosa para o resgate dos cativos".
        Quando descobriram que os três tiveram a mesma visão, não duvidaram de que esta era a vontade de Deus, e resolveram fundar a Ordem que recebeu o nome de Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês para o Resgate dos Cativos.
       Com a certeza de que esta era a vontade de Deus, iniciaram o trabalho para a criação do Instituto. D. Jaime incumbiu-se da construção de um convento, enquanto Raimundo elaborava os estatutos. 
        A Pedro coube a missão de mestre geral da Ordem. Assim, foi fundada a Ordem de Nossa Senhora das Mercês para o resgate dos cativos, a qual após receber a aprovação do papa espalhou-se por toda a Europa e depois para as Américas, chegando ao Brasil em 1639.
        Além dos votos de pobreza, obediência e castidade, eles faziam o de tornar-se escravos, se fosse necessário, para salvar os prisioneiros.
        Os primeiros milicianos estabelecidos no Brasil vieram de Quito com Pedro Teixeira em 1639, quando o Brasil ainda estava sob o domínio da Espanha, e se localizaram em Belém do Pará.
        No Brasil, a Irmandade de Nossa Senhora das Mercês estabeleceu-se em Ouro Preto, no século XVIII, esforçando-se para libertar escravos negros. 
        Após muito tempo a confraria conseguiu se transformar em Ordem Terceira, com o direito de usar hábitos, capas, correias e também construir o seu templo. 
        Ao lado e acima podemos observar a fachada da igreja de Nossa Senhora das Mercês no Peru.
        A devoção é muito forte em Minas Gerais onde se encontram várias igrejas dedicadas a Nossa Senhora das Mercês. 
        Em Diamantina, no Brasil, sua festa se realiza a 17 de agosto com espetáculos de fogos de artifício, luminárias e foguetes, pois os negros acham que foi ela quem inspirou a Princesa Isabel para libertar os escravos, podemos ver no vídeo a linda festa a Nossa Senhora das Mercês realizada nessa região, assim como o hino dos Mercedários.  
        Em sua iconografia Nossa Senhora das Mercês aparece em geral semelhante à Virgem do Carmo, pois segura uma espécie de insígnia com o brasão dos mercedários. 
        Outras vezes aparece abrigando sob seu manto dois escravos ajoelhados, sendo que um deles tem algemas e grilhões nos braços. 
        O que a identifica é principalmente sua vestimenta, uma túnica presa à cintura e sobre ela um escapulário com as armas da Ordem.

ORAÇÃO:
Virgem Maria, Mãe das Mercês,
com humildade acorremos a Vós,
certos de que não nos abandonais
por causa de nossas limitações e faltas.
Animados pelo vosso amor de Mãe,
oferecemo-vos nosso corpo para que o purifiqueis,
nossa alma para que a santifiqueis,
o que somos e o que temos, consagrando tudo a Vós.
Amparai, protegei, bendizei e guardai
sob vossa maternal bondade a todos
e a cada um dos membros desta família
que se vos consagra totalmente a Vós.
O Maria, Mãe e Senhora nossa das Mercês,
apresentai-nos ao vosso Filho Jesus,
para que, por vosso intermédio
alcancemos, na terra, a sua Graça
e depois a vida eterna.
Amém!

sábado, 15 de setembro de 2018

35-NOSSA SENHORA DE CHIQUINQUIRÁ (PADROEIRA DA COLÔMBIA), 9 DE JULHO


        Chiquinquirá é uma pequena cidade situada às margens do rio Suárez, na Colômbia. É também conhecida como capital da província do ocidente e capital religiosa da nação. Seu nome, na língua dos índios chibcha, significa "povo sacerdotal". 
        "A Colômbia é um jardim mariano, em cujos santuários domina, como o sol entre as estrelas, Nossa Senhora de Chiquinquirá", são palavras de Pio XII depois repetidas por são João Paulo II em julho de 1986, por ocasião do quarto centenário da restauração miraculosa do quadro da Virgem.
        Podemos observar ao lado a imagem original de Nossa Senhora de Chiquinquirá.
       No século XVI, os missionários dominicanos chegaram na Colômbia, portando a imagem de Nossa Senhora para converter os indígenas ao catolicismo.
        Um dos colonizadores foi Antônio de Santana (não é o santo brasileiro), era um homem muito rico, designado como administrador das aldeias de Sutmarchán e Chiquinquirá. Devoto da Virgem do Rosário ele pediu ao padre dominicano, André Jadraque, que providenciasse uma imagem dessa invocação para colocar na capela erguida em Sutmarchán. Como de costume, construiu uma casa em Suta para acolher a família e servir como base para administrar as terras. Aí também construiu uma capela, na qual pôs uma imagem de Nossa Senhora do Rosário. A encomenda foi passada ao pintor Alonso de Narváez, radicado na região. Ao lado de Maria estavam pintados santo André e santo Antônio de Pádua. 
        Esse quadro, medindo l,13x26, foi feito sobre uma tela rústica tecida pelos índios.
        Depois de doze anos exposto à veneração popular, essa obra de arte apresentou sinais de deterioração e foi retirada do altar. A manta de algodão na qual foi feita a pintura se deteriorou e rasgou. A imagem ficou quase completamente apagada.
        Em 1577, Dom Antonio faleceu e a viúva Dona Joana, se retirou para aquela propriedade. Na arrumação da chegada, o quadro do Virgem do Rosário foi colocado num canto da capela e lá ficou esquecido.
        Maria Ramos, uma devota, encontrando-o entre velharias de um depósito, recolheu o quadro e colocou-o num pequeno altar em sua casa. Diante desse altar, toda tarde rezava com parentes e amigos.
        Conta-se que no dia 26 de dezembro de 1586, numa sexta-feira, Maria Ramos se preparava para sair da capela, quando uma índia cristã despertou sua atenção para a imagem, que aparecia cercada de brilhantes resplendores.a tela se iluminou, as cores se reavivaram e a imagem reapareceu límpida e bela deixando atônitas as pessoas que ali rezavam.
        Maria Ramos prestou atenção à ocorrência e foi grande seu assombro ao se dar conta da grande transformação que se dera na pintura, cujas cores, antes tão manchadas, agora apareciam vivas e claras, tão fortemente que resplandeciam por toda a capela. Maria Ramos e a índia começaram a clamar jubilosas até que chega Juana de Santana.
        Ao lado vemos a o interior da basílica de Nossa Senhora de Chiquinquirá.
        As três mulheres se ajoelharam e louvaram a Deus por tão grande maravilha. E o prodígio se espalhou, tendo início os milagres.
        A notícia do prodígio espalhou-se. Logo iniciaram-se as grandes peregrinações. Foi construída no local uma pequena capela que em 1608 tornou-se uma bela igreja e, em 1812, cedeu lugar à atual basílica.

        A pequena cidade colombiana de Chiquinquirá, às margens do rio Suárez, é testemunha de inumeráveis favores de Maria ao povo colombiano. Várias vezes durante o primeiro século de independência, quando o país foi vítima de lutas sanguinárias, a intervenção da Virgem foi decisiva. Em 1816, proclamada Capitã do exército, a imagem foi levada ao campo de batalha. No dia da vitória
ela recebeu, como ex-voto, a espada gloriosa do "libertador" Simon Bolívar.
Na Colômbia a imagem repousa na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá (imagem aio lado), onde milhares de peregrinos, não só no dia de sua festa em 9 de julho, mas a cada domingo, quando missas e procissões são realizadas. Em 3 de julho de 1986 o Papa João Paulo II visitou o santuário e rezou pela paz na Colômbia aos pés da Virgem Maria. Em 9 de julho de 1999, a última tela visitou a cidade de Bogotá para presidir a oração pela paz. É conhecido pelo nome da cidade de Chiquinquirá, onde o primeiro dos seus eventos miraculosos teve lugar, e em que a tela original repousa.
        Uma imagem da Virgem de Chiquinquirá de Venezuela repousa na Basílica de Maracaibo.               Nesta cidade, a cada ano, 18 de novembro é comemorado a tradicional "Feria de La Chinita" e missas e procissões em honra da Virgem.
        O papa Pio VII a declarou Nossa Senhora de Chiquinquirá padroeira da Colômbia em 1829, para ser celebrada no dia 09 de julho. Mas o povo a homenageia também em 26 de dezembro, data do primeiro milagre do quadro. 

        A coroação canônica ocorreu em 1919. Além da Colômbia, Nossa Senhora de Chiquinquirá é padroeira do Estado de Zulia, na Venezuela, e da cidade de Caraz, no departamento de Ancash, no Peru.

        A imagem foi canonicamente coroada em 1919.
        Em 18 de novembro de 1794, se repetiu o milagre da renovação da imagem dessa invocação, desta vez pintada em madeira, na cidade de Maracaibo, Venezuela. Uma igreja foi erguida no local do prodígio. A fama dos milagres se manteve vigorosa através dos tempos e os venezuelanos passaram a invocar "La Chinita", como amorosamente nomearam a Virgem do Rosário de Maracaibo. Assim, em 18 de novembro de 1942, a Igreja Católica coroou canonicamente a imagem da Padroeira de Maracaibo. Foi a primeira celebração oficial no seu dia. Além disso, a igreja onde se venera a imagem milagrosa venezuelana foi consagrada como: Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá de Maracaibo. Abaixo postamos um documentário sobre a Virgem de Chiquinquirá!


ORAÇÃO:
Mãe padroeira da Colômbia, 
de Chiquinquirá 
abençoai a nossa terra, 
a nossa família, 
o nossos amigos, 
a nossa vida toda. 
A vós nos consagramos, 
a fim de sermos adotados 
como filhos amados e protegidos. 
Amém.


segunda-feira, 10 de setembro de 2018

34-NOSSA SENHORA LA ANTIGUA (PADROEIRA DO PANAMÁ), 9 DE SETEMBRO

       A história da Padroeira do Panamá é um pouco complexa, e por muitos anos houve disputa se a Virgem merecedora deste título seria a Nossa Senhora da Assunção ou Nossa Senhora de La Antígua (a Antiga).
        No século XIV, a catedral de Sevilha, na Espanha, foi reconstruída. A imagem de Nossa Senhora do primeiro templo, porém, foi conservada, vindo a se chamar Santa Maria, a Antiga, em referência à imagem da antiga catedral. 
        Esta devoção foi a primeira a chegar ao Panamá, em 1510. Estabeleceu-se primeiro no Povoado de Daríen, com a chegada de Vasco Nunes de Balboa e Martin Fernandez de Enciso. 
        Haviam prometido à Virgem dar seu nome ao povoado, se saíssem com vida de uma feroz batalha que tiveram com os nativos. 
        Os espanhóis venceram a batalha e, no local onde então era a casa do cacique indígena chamado Cémaco, ergueram uma igreja em homenagem à Santa Maria de la Antígua. Colocaram ali uma cópia da imagem da Virgem, que haviam trazido desda Espanha, e deram seu nome ao povoado, como prometeram.
        A devoção a Nossa Senhora da Assunção chegou ao Panamá com os evangelizadores franciscanos, cuja fundação fora impregnada por Francisco de Assis com a espiritualidade mariana. A assunção de Nossa Senhora é um dogma de fé da Igreja católica. Inexplicável aos olhos humanos, é motivo de lendas e tradições que são contadas de gerações a gerações. Conta-se que Maria, rodeada pelos apóstolos, fazia suas últimas recomendações, enquanto adormecia em Deus. Mas entre eles faltava um: Tomé, que pregava em terras distantes. Quando este chegou, a Virgem já havia sido levada para o Vale do Cedron onde foi sepultada. Ele não se conformou e exigiu que fosse aberto o túmulo de Maria, pois queria ver e beijar, pela última vez, as mãos de sua mãe santíssima. A todos surpreendeu o fato de nada encontrar no sepulcro, apenas um suave perfume de flores e uma melodia celestial.
        Hoje, em Jerusalém, no Monte Sião, podemos encontrar a Igreja da "Dormição", que segundo consta, foi uma área doada para moradia de Nossa Senhora, pelo mesmo dono que emprestou o Cenáculo para a Santa Ceia de Jesus.
        Em 9 de setembro de 1513, o Papa Leão X criou em Santa Maria a Antiga, a primeira diocese do Panamá, e a capela da Virgem foi elevada a catedral. A dúvida de quem era a verdadeira padroeira começou quando a então Cidade do Panamá foi fundada, em 1519. Foi dada a ordem de que os habitantes de La Antígua se mudassem para lá, e todos obedeceram, deixando La Antígua completamente deserta.              
        Em 1524, a diocese de Santa Maria a Antiga se transladou para a recém-fundada Cidade do Panamá, atual capital. 
        Acontece que a população da Cidade do Panamá começou a celebrar anualmente esta mudança com uma missa de ação de graças. Esta celebração acontece no dia 15 de agosto, festa da Assunção. Assim, para alguns, como mudou a diocese, deve-se mudar também a padroeira. Para outros, o fato de celebrarem a festa da Assunção não exclui o fato de que a padroeira do Panamá continuava sendo Santa Maria de La Antígua. Mudou somente a data e o local, mas não a padroeira.
        A questão só foi decidida em 9 de setembro de 2000, Ano Santo Jubilar, que a Conferência Episcopal Panamenha a proclamou padroeira do país e, em 27 de fevereiro de 2001, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos acolheu a solicitação de declará-la oficialmente padroeira do país.
Abaixo destaca-se a cronologia histórica referente a Nossa Senhora a Antiga
A dedicação, as imagens e a devoção a Santa María, antiga 
padroeira da República do Panamá:

1- O adjetivo "velho" ou "velho" vem do latim, "antiquus", o que significa que ele existe há muito tempo. Quando falamos de Santa María la Antigua podemos pensar na primeira definição dogmática feita pela autoridade suprema da Igreja Católica a respeito da Virgem Maria, quando em 431 o Concílio de Éfeso definiu solenemente a maternidade divina de Maria.

2- A história eclesiástica nos garante que em 432 o Papa Sisto III construído em Roma, na Esquilino, a primeira capela dedicada no Ocidente para a Virgem Maria, proclamada no ano anterior como a mãe de Deus. Sua consagração é celebrada todos os anos em 5 de agosto e hoje é conhecida como a Basílica de Santa María la Mayor. 
Ao lado podemos observar a catedral de Nossa Senhora la Antigua, no Panamá.
3 - Um historiador afirma que em 439 foi enviado a Roma, pelos imperadores do Oriente Theodore II e Eudocium, um ícone que era uma cópia daquele venerado em Constantinopla. Acreditava-se que a pintura havia sido pintada por São Lucas. Esta imagem tornou-se o patrono da casa imperial, como foi recebido pelos imperadores ocidentais Licinia Eudocia e Valentiniano III. O ícone da Santíssima Virgem está em Roma, na Basílica de Santa Maria Maggiore.

4- Depois, um templo foi construído perto do fórum romano dedicado a "Santa María Antica". As ruínas deste templo ainda são apreciadas. De Roma, a dedicação passou para a Espanha e existem várias cidades e vilas onde há um templo ou capela dedicada a Santa Maria la Antigua. 

5- A dedicação depois passou para o Novo Mundo trazida pelos conquistadores que antes de embarcar costumavam ir à Catedral de Sevilha para ser confiada à Virgem para empreender a perigosa e longa jornada, já que há uma capela lateral dedicada a Santa María. a antiga. 

6- Embora existam várias representações de Santa María la Antigua, ou as imagens que existem na Espanha, para a Igreja na América, o encontrado na Catedral de Sevilha tem um valor especial.

7- Aqui estão algumas informações sobre esse afresco. 
a- Origem: é um afresco, com um certo estilo bizantino e estava em algum templo na cidade de Sevilha durante a ocupação dos mouros. 
b- Ele é uma tradição que King St. Ferdinand entraram na cidade no disfarce e ela orou antes de pedir a derrota dos mouros ea conquista de Sevilla. 
c- Em 1248 a mesquita fé muçulmana transformado em uma catedral e foi trazido fresco de Nuestra Señora de la Antigua 
d- em 1401 o Capítulo Catedral decidido a reconstruir a danificada significativamente por terremotos em 1356 e 1395. edifício e no Novo, A atual catedral foi respeitada a capela e a imagem de Nossa Senhora Santa Maria la Antigua.

8- A veneração e afeto por esta imagem foi crescendo e a devoção se tornou importante. Muito provavelmente, Cristóvão Colombo orou diante desta imagem e confiou-se à Virgem Maria antes de embarcar em sua aventura em direção às "Índias Orientais". Em seus navios e nos lugares descobertos, ele deixou memórias marianas. Em sua segunda viagem, em memória da Carabela Santa María que havia encalhado, ele nomeou uma ilha o nome de Nossa Senhora de Antígua. Em sua última viagem em 1502, Colombo tocou as costas panamenhas e fundou em 6 de janeiro de 1503 uma cidade na foz do rio Yebra, que ele chamou de Santa María de Belén. A população incipiente durou apenas três meses quando Colombo foi derrotado pelos índios, perdeu um navio e teve que se retirar. O rio agora é chamado de rio Belén, que divide as províncias de Veraguas e Colón.

9- Em 1501 Rodrigo de Bastidas descobre o Istmo do Panamá, acompanhado por Juan De la Cosa e Vasco Núñez de Balboa. 

10- Em 1508 Diego de Nicuesa foi nomeado governador do Istmo atual do Panamá, que vão desde o Golfo de Urabá para além de Cabo Gracias a Dios em Honduras, território chamado Castilla de Oro. Um Alonso de Ojeda foi dado um outro território, de o golfo de Urabá ao sul, a Cabo de la Vela, chamado Nueva Andalucía. 

11- Em 1509 Alonso de Ojeda travou uma forte batalha em Calamary - hoje Cartagena com uma tribo muito feroz onde morreram 70 espanhóis, entre eles Juan de la Cosa. Ojeda conseguiu salvar a si mesmo, o que foi atribuído à proteção da Santíssima Virgem de Antígua, cuja imagem ele sempre carregava consigo.

12- Em 1510 e Martin Fernandez de Enciso Vasco Nuñez de Balboa fundada na cidade de Cacique Cémaco, na margem oeste do Golfo de Urabá, uma cidade, primeiro com o nome de La Guardia e alguns meses mais tarde dar o nome de Santa María la Antigua, em cumprimento da promessa feita à Virgem se saíssem vivos em confronto com os índios. A cabana do cacique Cémaco foi convertida em uma capela em homenagem a Santa María la Antigua. Aqui foi formada uma comunidade cristã composta de convertidos nativos e espanhóis.

13- Em 1513 de 9 de Setembro Papa Leão X cria a primeira empresa a bula Diócesisde Terra "Pastoralis Officii debitum" transformar a capela de Santa Maria la Catedral Antigua. O primeiro bispo foi Fray Juan de Quevedo, um franciscano, nascido em Bejorís (Burgos) que chegou em Santa Maria la Antigua em junho 1514 acompanhado pelo governador Pedro Arias Dávila. Ele morreu em Barcelona em 24 de Dezembro de 1519. 

14- Em 1515 a 20 de julho declara oficialmente Fernando Rey de Santa María la Antigua como uma cidade, dando seu brasão é carimbada onde a efígie de Santa Maria la Antigua.

15- Em 1519, em 15 de agosto Pedro Arias Dávila fundada a primeira cidade na costa do Pacífico, onde já havia uma pequena comunidade indígena com o nome do Panamá (abundância de peixes e borboletas) e ainda mais com o nome oficial Nossa Senhora da Assunção do Panamá. 

16- Em 1520, o papa Leão X, com Bula de 5 de dezembro, nomeou Frei Vicente Peraza como religioso dominicano como II bispo de Santa María la Antigua. 

17- Em 1524, no final de julho, chega o Bispo Peraza e, por ordem do Governador Pediátrico, o rei da Espanha transfere a sede episcopal para a cidade do Panamá. Este bispo morre pouco depois no Panamá e espalhou-se a notícia de que ele havia sido envenenado. 

18- Em 1533 foi nomeado o Bispo do Panamá, Frei Tomás de Berlanga, que iniciou a construção da nova Catedral.

19- Em 1608, o Bispo Agostinho de Carvajal, agostiniano, 13º bispo do Panamá, consagrou esta segunda catedral. Ele fundou o primeiro seminário sob a direção do PP. Agostinianos que tinham seis alunos e foi chamado: "Seminário de San Agustin". 

20- Em 1671, quando Don Sancho Pardo de Figueroa foi o 19º bispo do Panamá, ocorreu a captura do Panamá pelo pirata inglês Henry Morgan e a queima da cidade. Este bispo governou de 1667 a 1671.

21- Em 1673, o XX Bishop Don Antonio De León abençoou a localização da nova cidade em 21 de janeiro e colocou as cruzes no local para a nova Catedral e para o cemitério. A nova Cidade do Panamá é realocado ao lado de "Puerto Ancón", 5 milhas SW das ruínas, como ele havia aconselhado o monge Português Fray Gonzalo de la Madre de Dios em busca de segurança contra possíveis ataques de piratas. Há ato assinado perante o notário Juan Aranda Grimaldo e o novo governador Don Antonio Fernández de Córdoba

22- Em 1673 o Bispo Dom Antonio De Leon começa a construção do terceiro e atual Catedral que foi continuado pelos bispos Mr. Don Lucas Fernandez de Piedrahita, Don Diego Ladron de Guevara, Don Pedro Morcillo e completado com a ajuda de Bishop O panamenho Don Francisco Javier de Luna Victoria e Castro, que de Trujillo enviou fundos. 

23- Em 1751, em 15 de agosto, o primeiro bispo panamenho Dom Francisco Javier de Luna Vitória e Castro, nascido em 2 de dezembro de 1695 e batizado na Igreja de La Merced, iniciou sua missão pastoral. Ele foi transferido para o Bispado de Trujillo, no Peru, onde morreu em 11 de abril de 1777, depois de ter sido recomendado Arcebispo de Chuquisaca, na Bolívia.

24- Em 1796, no dia 4 de abril, a catedral foi consagrada em honra de Santa María la Antigua pelo Bispo Remigio da Santa e Ortega. 

25- A diocese de Santa Maria la Antigua foi um sufragânea da Arquidiocese de Sevilha (Espanha) desde a sua fundação em 1513 até 1548. Em 1548 ele foi sufragânea da Arquidiocese de Lima (Peru) por ordem do Papa Paulo III. Em 1836, o Papa Gregório XVI tornou sufragânea da Arquidiocese de Bogotá (Colômbia). Em 1901, o Papa Leão XIII fez sufragânea da Arquidiocese de Cartagena (Colômbia). 

26- Em 1903, quando o Panamá se separou da Colômbia foi bispo monsenhor Javier SJ Junguito 

27 Em 1912, foi nomeado bispo de Panamá monsenhor Guillermo Rojas Arrieta, CM e em 1925 foi criado o arcebispo do Panamá.

28- Em 29 de Novembro 1925, a diocese do Panamá foi elevada a Arquidiocese pelo Papa Pio XI, quando ele criou o Vicariato Apostólico de Darién, que incluía as províncias de Colon, Darien. o Distrito de San Blas ou Kuna Yala e o Arquipélago de Las Perlas no Pacífico. Sua sede foi a cidade de Columbus e o primeiro Vigário Apostólico foi o claretiano bispo Juan José Maiztegui, CMF até 1933, quando foi nomeado Arcebispo do Panamá sobre a segunda.

29- Em 1955 a 6 de Março, a Arquidiocese do Panamá foi fundada em Metropolitan por Sua Santidade o Papa Pio XII quando ele criou a Diocese de David, primeiros diocese sufragânea da Arquidiocese do Panamá, seu primeiro bispo Dom Tomas Alberto Clavel Mendez, nascido em Cañazas, Província de Veraguas, que foi secretário do Arcebispo Francisco Beckman e pároco de San Miguel no bairro de Calidonia. Em 1963, em 30 de outubro, o monsenhor Francisco Beckman, CM, morreu em Roma durante o Concílio Ecumênico Vaticano II. SER Marcos G. MacGrath, que era bispo auxiliar, estava encarregado da Arquidiocese como Capítulo Vigário.

30- Em 1964, no mês de abril, assumiu o cargo de terceiro arcebispo do Panamá, monsenhor Tomás Alberto Clavel Méndez, e nomeado seu secretário particular Pbro. José Dimas Cedeño, responsável pela Igreja de Santa Teresita, no bairro de Marañón. 

31-Em 1965, o arcebispo Clavel fundou a Universidade Santa María la Cátolica, nomeando reitor do Rev. Benjamín Ayechu, agostiniano recoleto. Foi a primeira vez que o nome de Santa María La Antigua foi dado a uma instituição da Igreja. O monsenhor Tomás Clavel demitiu-se da Arquidiocese em dezembro de 1968 e realizou um importante trabalho pastoral com hispânicos na Califórnia. Ele era temporariamente o pastor de Chero. Ele retornou à Califórnia, onde morreu em 13 de outubro de 1988. Seu corpo foi enterrado em 21 de outubro na Catedral do Panamá.

32 - Em 1998, no dia 9 de setembro, celebrou-se pela primeira vez no século XX e com grande solenidade a festa de Santa Maria la Antigua e a fundação da Igreja do Panamá. Com vários Bispos do País, numerosos clérigos e fiéis, foi feita uma procissão do Templo de la Merced até a Catedral. Uma imagem vestida de estilo colonial de Santa María La Antigua foi abençoada, doada pela Sra. Lolitín Paredes de Boyd, primeira presidente da Federação Nacional das Mulheres Católicas. Por razões óbvias, o ícone ou a estátua da primeira Catedral de Santa Maria la Antigua não nos alcançou.

33-Em 1998, depois da Páscoa, uma bela pintura de Santa María la Antigua, pintada na Colômbia e doada por Pablo Chávez, foi colocada na parte superior do retábulo da Catedral do Panamá. As características da Virgem nesta pintura nos ajudam a pensar sobre o rosto de uma mulher panamenha. As ruínas da cidade de Santa María la Antigua estão na vizinha República da Colômbia e uma pequena capela dedicada a Santa Maria la Antigua foi construída em memória do primeiro Templo erigido na América continental em homenagem à Santíssima Virgem Maria.

34 - Em 9 de setembro de 1999, o arcebispo José Dimas Cedeño proclamou Santa María como padroeira da arquidiocese do Panamá. Este ato foi ratificado pela Santa Sé através de um documento assinado pelo Cardeal Arturo Medina, Prefeito da Congregação para o Culto Divino em 20 de dezembro do mesmo ano.
35- No ano do Jubileu 2000 em 9 de Setembro na presença do arcebispo de Sevilha, cardeal Carlos Amigo Vallejos hoje OFM, Presidente do Secretariado da Central Episcopado Bispo americano Raul Corriveau, Bispo de Choluteca (Honduras) e todos os bispos Em uma celebração maciça no Ginásio de Roberto Durán, a Conferência Episcopal do Panamá proclamou Santa María como a antiga padroeira da República do Panamá. e a consagração da nação ao Imaculado Coração de Maria foi reiterada. 

36- A Santa Sé ratificou o patrocínio de Santa Maria la Antigua em 27 de Fevereiro de 2001 e fixou seu dia de festa em 9 de Setembro de cada ano, com o posto de solenidade e massa própria para o país inteiro.

37-Atualmente existem duas paróquias na República do Panamá e um seminário maior chamado Santa María la Antigua. Vale a pena notar que várias pessoas, senhoras e senhores, têm o nome de Antígua, o que garante que a devoção a Santa Maria la Antigua está latente na Igreja do Panamá desde a sua criação.

Panamá terá maior imagem de Nossa Senhora do mundo
        O presidente do Panamá Ricardo Martinelli anunciou, em um ato público realizado na capital panamenha, que fará construir uma Imagem de Santa Maria la Antigua, Padroeira do Panamá, que deverá ser a maior do mundo.
        Será mais alta que qualquer outra até agora existente; será maior até que que a Estatua da Liberdade, anunciou hoje o presidente.
        Martinelli não indicou o início da construção do monumento, mas o governante adiantou que a gigantesca imagem será levantada em frente ao passeio marítimo da capital e que o projeto se enquadra nas comemorações de 2013 que celebrarão os 500 anos do descobrimento do Mar do Sul e da criação da primeira Diocese em solo americano.
         O Presidente revelou que a figura da padroeira do Panamá terá o mesmo tamanho da atual torre BBVA, uma construção de 100 metros de altura que foi edificada em 1979, na avenida Balboa, em frente à Bahía de Panamá, y que até 1996 foi a mais alta da cidade.
        A imagem da Virgem será “um ícone da cidade” e será erigida com o apoio do Estado e de empresas privadas.

ORAÇÃO
Ó querida, 
padroeira do Panamá, 
que desde o início 
da colonização da América 
acompanhastes vossos diletos filhos, 
intercedei por nós 
junto ao vosso Filho. 
Dai-nos sempre amparo, 
luz e segurança. 
Amém.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

33-NOSSA SENHORA DOS TRINTA E TRÊS (PADROEIRA DO URUGUAI), 19 DE ABRIL


      A devoção à imagem que tomou o nome de “A Virgem dos Trinta e Três” teve início numa fazenda denominada “Virgem dos Desamparados”, de propriedade dos padres Jesuítas, e situada ao redor da cidade de nome Florida, no Uruguai.
        A história mariana no Uruguai começou em 1726, ano da fundação de Montevidéu, com sua primeira igreja dedicada à Imaculada Conceição de Maria.
        Em 1767 os Padres Jesuítas foram expulsos da Espanha e também de toda a América Latina. O povoado, que era próspero, decaiu tanto que mais tarde, quando o novo pároco, Padre Santiago Figueiredo tomou posse, não restavam mais do que cinco famílias no local, em um terreno improdutivo e estéril.
        O povo, porém, não esqueceu a milagrosa imagem, construindo uma rústica capela de palha e barro.
        Conta a história que antes da última batalha decisiva no Uruguai, em maio de 1823, sob o comando do general Juan Lavalleja, 33 soldados vindos do Brasil desfilaram diante do altar da Virgem de Luján deI Pintado, na cidade de Florida. 
        No dia 19 de abril de 1825, desembarcaram na praia da Agraciada, trinta e três homens comandados pelo general Antônio Lavalleja que pretendiam libertar a pátria, sob o lema: “Liberdade ou morte”. Conquistaram Soriano, Colonia, San José, Guadalupe e Florida. Instalaram em junho um Governo provisório e, conforme o costume daqueles tempos, foram à Igreja para implorar o auxílio de Deus e de Sua Santíssima Mãe para a nova pátria uruguaia.
Na mesma cidade de Florida, no dia 25 de agosto de 1825, reuniu-se a Assembléia Nacional Constituinte da República Oriental do Uruguai para declarar a sua independência. 
        Depois de lida a ata, todos, governantes e o povo, se dirigiram à Igreja e ajoelharam-se diante da pequena imagem da Virgem, colocando a pátria sob a sua maternal proteção. Diante da imagem foi colocada uma bandeira tricolor. Comandantes e soldados dobraram reverentes os joelhos. O povo, que enchia a praça maior, o exército e o novo governo lotaram a Igreja para o solene canto do “Te Deum” (Ação de Graças) e o pároco deu a benção aos heróis e ao povo.
        A partir da instalação da Soberana Assembléia, ainda na casa de D. Ana Hernandez, ao lado da Igreja, que se começou a chamar aquela milagrosa imagem de “A Virgem dos Trinta e Três“.
        No ano de 1857, o segundo chefe dos Trinta e Três, general Manuel Oribe, em agradecimento à “Virgem dos Trinta e Três”, ofereceu-lhe uma preciosa coroa que até hoje se conserva no tesouro da Catedral.
       Trasladada para a cidade de Florida, a pequena imagem traz hoje em uma lápide a histórica inscrição:“Diante desta imagem de Nossa Senhora de Luján del Pintado, os trinta e três inclinaram sua bandeira tricolor; a ela também invocaram os Convencionais da Independência“.
       Durante a guerra da independência do país muitos fatos históricos revelaram a filial devoção dos uruguaios a Maria.
          Inspirada na Assunção de Murillo, sua estatueta, de 36 cm apenas, foi esculpida por um indígena, que a expôs à veneração numa ermida na Serra do Pintado, próxima a uma aldeia jesuíta. Com a partida dos jesuítas surgiu ao seu redor um pequeno centro habitado, Vila de Luján deI Pintado, que mais tarde tornou-se paróquia.
        No dia 11 de novembro de 1961 a Santa Sé, sob ordem do papa João XXIII, permitiu a coroação pontifícia da imagem e, no dia 21 de novembro de 1962, a Virgem dos Trinta e Três foi proclamada padroeira do Uruguai, e, em 1° de abril de 1963, a catedral de Florida foi honrada com o título de Basílica Menor.
        Sua festa é celebrada no dia 8 de dezembro.
        No segundo domingo de novembro de cada ano, milhares de peregrinos se reúnem para celebrar as festividades de sua Padroeira e pedir a sua proteção para os uruguaios.

ORAÇÃO:
Santíssima Virgem Maria, 
diante da vossa imagem 
inclinam a bandeira 
e dobram os joelhos 
os fundadores de nossa Pátria. 
Protegei sempre este povo 
nascido à vossa sombra benfeitora. 
Fazei, ó Mãe, 
que em nossos lares 
floresçam a religião 
e todas as virtudes cristãs. 
Fazei que vejamos crescer 
o reinado de Cristo, 
que é a verdade e a justiça. 
Alcançai-nos a eterna salvação, 
trazida para todos 
pelo vosso Filho Jesus Cristo, 
que com o Pai e o Espírito Santo 
vive e reina pelos séculos dos séculos. 
Amém.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

32-NOSSA SENHORA DA CARIDADE DO COBRE (PADROEIRA DE CUBA), 8 DE SETEMBRO


      Em certa manhã do ano de 1607, ou, segundo outros, de 1608, em Cuba, dois irmãos indígenas, João e Rodrigo de Joyos, e o crioulo João Moreno, que tinha seus 10 anos, foram enviados pelo administrador das estâncias de Varajagua às costas de Nipe, para de lá trazerem certa quantidade de sal, o qual era recolhido nas salinas naturais que se encontram em toda a costa norte da ilha, e especialmente na baía de Nipe.
    Chegados à costa, encontraram o mar agitadíssimo por causa do forte vento que soprava, acompanhado de copiosa chuva.
        Vendo que lhes era impossível executar a tarefa de que tinha sido encarregados, refugiaram-se os rapazes numa choça, na qual permaneceram três dias, depois dos quais, serenado o tempo, puderam embarcar em débil canoa e dirigir-se às salinas da costa.
        Pelas 5 horas da manhã, ao desfalecer-se as brumas da aurora, divisaram um vulto que, flutuando, vinha na direção deles. Pensaram em princípio que fosse uma ave aquática que voava ao seu encontro, mas pouco depois tiveram uma inesperada e agradável surpresa: reparando bem no vultosinho que se aproximava, viram que era uma imagem de Nossa Senhora, que vinha sobre uma tábua, na qual se lia a seguinte inscrição: "Eu sou a Virgem da Caridade".
          A imagem, de 15 polegadas de altura, mais ou menos 40cm, tinha o rosto redondo, de cor clara, e sustentava no braço esquerdo o Divino Menino, que tinha numa das mãos a esfera, símbolo do mundo, tendo a outra levantada em atitude de dar a bênção.
        A imagem inspira respeito e veneração.
        Recolheram os felizes tripulantes aquela preciosa jóia, qual inestimável dom do céu, e notaram, admirados, que nem a orla do vestido da Senhora se tinha molhado!
        Transportados de gozo, recolheram depressa a quantidade de sal que deviam levar e, regressando à choça, trataram de combinar como haveriam de conduzir a imagem à estância de Varajagua.
        Não tardaram a por-se a caminho, e, assim que os trabalhadores da estância souberam da visita que iam receber, prepararam um modesto altar e foram ao seu encontro, radiantes de alegria. O maioral da estância despachou logo um mensageiro para dar conta do ocorrido ao administrador real das minas da vila de Cobre, vila muito abundante em minas do metal de que tirou seu nome. Ordenou o administrador que se erigisse logo uma ermida, enviando uma lâmpada de cobre para que ardesse constantemente uma luz diante da imagem.
        Em poucos dias foi construída a ermida, tendo sido encarregado de cuidar da lâmpada Diogo de Joyos, irmão dos afortunados descobridores da imagem.
        Não satisfeita, contudo, a piedade do administrador, enviou uma comissão de homens competentes, presidida pelo cura da vila, para que se informasse minuciosamente sobre o encontro da imagem, e depois a conduzisse em procissão para o povoado ou vila de Cobre.
        Os encarregados da comissão, depois de se terem prostrado aos pés da imagem e entoado vários cantos em seu louvor, receberam das testemunhas informações detalhadas acerca da aparição. Em seguida preparando uma espécie de liteira, que ornamentaram eles mesmos, rodeados dos vizinhos da estância. A certa distância do povoado vieram-lhes ao encontro os habitantes em massa, com a milícia e o administrador, que levava a bandeira real; postos na presença da imagem, caíram de joelhos, e o administrador, baixando a bandeira diante de Maria, representada naquela imagem, reconheceu-a como Rainha da ilha.
        Romperam então a música e as salvas da artilharia, e, entre vivas e aplausos, a imagem foi conduzida à vila e colocada no altar-mor da igreja paroquial. Ao lado podemos ver o interior do santuário de Nossa Senhora da Caridade do Cobre.
        A origem da santa imagem, ainda que envolta em treva, podemos descobri-la com segurança moral.
Alonso de Ojeda foi um dos mais destros e valentes capitães que vieram para o novo mundo.
        Depois de se ter distinguido na conquista da ilha de são Domingos e em muitos outros atos de bravura, tendo naufragado certo dia o navio em que viajava, salvando-se, porém, a tripulação, ele e os companheiros que resistiram à fome e à fadiga (muitos morreram) caminharam 40 dias, até que afinal conseguiram vencer a região pantanosa e chegar a um lugar habitado, perto de Jagua, cujo cacique lhes concedeu hospitalidade. Nesse lugarejo se refizeram dos sofrimentos e ganharam alento para continuar a trabalhar por Deus e pela pátria.
        Desejando Ojeda manifestar sua gratidão ao cacique, presenteou-o com a imagem de Nossa Senhora que sempre levava consigo, explicando-lhe do melhor modo que pode as primeiras verdades do catolicismo e o que concerne ao culto da Mãe de Deus. Ajuntou-o também a construir uma humilde ermida para a imagem, a primeira construída em Cuba.
        Resumindo, o afeto que os índios dedicavam a Nossa Senhora era tal, que toda vez que os conquistadores se acercavam entre os espessos ramos das árvores.
        Assim se explica que numa dessas ocasiões, engrossados os rios por alguma enchente, arrastassem a imagem até a baía de Nipe, onde a encontraram os três rapazes.
        Em 1703, por não comportar mais a primitiva ermida os romeiros que vinham de toda a ilha e de outras regiões implorar a bondade de Nossa Senhora da Caridade, foi construído o atual santuário no lugar indicado milagrosamente pela própria Mãe de deus, num outeiro que dista 430 passos da vila de Cobre, em 1927. A esse santuário (de Cobre) acorrem fiéis de Cuba e das Antilhas. Na sala do milagres encontra-se a tábua em que a imagem foi achada flutuando, a medalha do prêmio Nobel de 1954, Emingway e também há um ex-voto da Sra. Lina Ruz, mãe de Fidel Castro.
       No ano de 1899 o santuário foi profanado, além de saquearem todos os objetos de valor, cortaram a cabeça da Virgem para retirar um diamante.
        No ano de 1960, o regime comunista proibiu as procissões e manifestações públicas de fé, o que fez aumentar sempre mais a fé e devoção do povo cubano. Contrariando Fidel Castro, o papa Paulo VI elevou o santuário à categoria de basílica.
        Foi graças à intervenção do papa São João Paulo II, durante sua visita apostólica a Cuba, que foi revogada a antiga proibição dos cultos públicos e procissões em todo o país.
A imagem peregrina passará por todos os campos, povoados, cidades e vilas da ilha de Cuba, convocando o seu povo à unidade e ao amor. Este mesmo trajeto foi feito entre os anos de 1951-1952 para celebrar os 50 anos da independência de Cuba.
        Hoje a Virgem da Caridade do Cobre é venerada também fora de Cuba, em diversos países da América central e na Espanha. Em Miami, nos Estados Unidos, também há um santuário a ela dedicado. Sua festa é celebrada no dia 8 de setembro.
        Os pobres e os enfermos vão em busca de alívio, e são inúmeros os prodígios alcançados graças a Nossa Senhora da caridade do Cobre, muitos dos quais acham-se consignados em folhetos impressos.
        Nossa Senhora da Caridade foi proclamada padroeira de Cuba no início do século XX, 10 de maio de 1916, pelo papa Bento XV, e solenemente coroada em 20 de janeiro de 1936, em Santiago de Cuba, na presença de uma grande multidão.
        Na diocese de Santo Amaro, em São Paulo (Brasil), também é possível encontrar uma paróquia dedicada a Nossa Senhora da Caridade do Cobre.
ORAÇÃO:
Santa Maria da Caridade, 
vieste como mensageira da paz, 
flutuando sobre o mar. 
A vós acudimos, 
Santa Mãe de Deus, 
para honrar-vos com nosso amor filial.
Em vosso coração de Mãe 
colocamos nossos anseios e esperanças, 
nossas alegrias e súplicas. 
Por nossa pátria, 
para que juntos,
todos construamos a paz e a concórdia; 
pelas famílias, 
para que vivam a fidelidade e o amor; 
pelas crianças, 
para que cresçam sadias física e espiritualmente; 
pelos jovens, 
para que reafirmem sua fé 
e sua responsabilidade na vida 
e em tudo o que lhe dá sentido;
pelos doentes e marginalizados, 
pelos que sofrem a solidão, 
pelos que estão distantes de suas pátrias 
e por todos que trazem o sofrimento 
em seus corações. 
Amém!

sábado, 1 de setembro de 2018

31-NOSSA SENHORA DE COROMOTO (PADROEIRA DA VENEZUELA), 8 DE SETEMBRO

        As primeiras manifestações da devoção a Maria no continente latino-americano aconteceram na Venezuela. João Mateus e Alonso de Ojeda, da esquadra de Colombo, trouxeram consigo uma pequena imagem de Nossa Senhora, a mais antiga de que se tem notícia na América Latina.
        Ainda hoje a Venezuela é considerada uma das nações mais marianas do mundo. Há no país mais de 40 santuários dedicados à Virgem Maria.
        A denominação Nossa Senhora de Coromoto vem da tradicional história de conversão do cacique Coromoto. Em 8 de setembro de 1652, o cacique dirigia-se para a lavoura nas montanhas, na região do rio Guanare. Eis que vê uma belíssima Senhora, com um menino ao colo, vem em sua direção, andando sobre as águas cristalinas do rio. A Senhora lhes disse no seu idioma: “Dirijam-se à casa dos brancos e peçam que lhes derramem a água sobre a cabeça (o batismo), para que possam alcançar o céu.”
        Algum tempo depois, um espanhol chamado João Sanchez viajava por aquela mesma região quando o cacique Coromoto lhe vem ao encontro, relata a visão que tivera da bela Senhora e as palavras que dela ouvira.
        João Sanchez combinou com o índio o necessário para que toda a tribo fosse instruída na doutrina cristã e recebesse as águas do batismo. De fato, vários indígenas foram batizados, menos o cacique, o qual, acostumado à liberdade dos bosques, não conseguia se adaptar ao novo regime de vida. Junto com sua família, retornou à existência na selva.
        Entretanto, no dia 8 de setembro de 1652, sábado, Nossa Senhora aparece novamente para o índio na sua choça, em presença da sua mulher, sua cunhada Isabel e um sobrinho desta.
        Irritado, achando tratar-se de repreensão da Virgem, o índio atira-lhe uma flecha e avança contra ela para empurrá-la. Quando ia tocar a Senhora, esta sorri e desaparece, deixando nas mãos do índio uma pedra ovalada, na qual estava gravada a imagem da Mãe de Deus num trono, com seu filho ao colo. A brilhante Senhora desapareceu deixando na mão do chefe da tribo sua diminuta imagem.
        O cacique Coromoto ficou com o punho fechado, dizendo que a tinha pegado. Enorme foi seu espanto quando, por fim, abrindo a mão, encontrou uma imagem de Nossa Senhora coroada segurando o Menino Jesus, tal como tinha aparecido. Naquele instante começou uma grande história de favores e milagres, de devoção e expansão da fé na Venezuela.
        O sobrinho da cunhada Isabel saiu correndo para avisar a João Sanchez do sucedido. Este, com mais dois companheiros, dirigiu-se ao local da aparição e recolheu a preciosa relíquia. Essa relíquia é até hoje venerada na Basílica de Guanare, conservada no relicário ao lado.
        No dia seguinte, acompanhado por alguns de seus índios, o cacique tentou uma fuga para os montes. Contudo, ao embrenhar pelo bosque foi mordido por uma cobra venenosa. Vendo-se mortalmente ferido e conhecendo nisto um castigo do Céu pela péssima conduta que tivera diante da excelsa Senhora, começou a se arrepender, suplicando em altas vozes que lhe administrassem o santo batismo. A divina Maria, que tanto fizera pela conversão dos índios e seu cacique; Ela, canal de todas as graças, alcançou para o moribundo a regeneração pelas salvadoras águas batismais. Por especial providência de Deus, passava por ali um católico da cidade de Barinas, que imediatamente o batizou. O cacique recomendou aos índios que se mantivessem com os brancos e, resignado, em meio a acerbas dores, rendeu o último suspiro.
      Na década de 1920, a devoção se difundiu e se intensificaram as peregrinações a Guanare, onde foi edificado seu templo. Atualmente pode-se afirmar que não existe um só templo católico venezuelano que não possua uma imagem de Nossa Senhora de Coromoto, sempre amada e homenageada pelos fiéis. Foi declarada padroeira da Venezuela em 1944, pelo papa Pio XII. Na imagem ao lado, podemos observar a basílica menor construída no local da segunda aparição, onde se conserva  a relíquia, e inaugurado com a solene Eucaristia presidida pelo saudoso Papa João Paulo II, em 10 de Fevereiro de 1996.
        Hoje é muito concorrido pelos peregrinos o santuário de Nossa Senhora de Coromoto, cuja festa litúrgica celebra-se no dia 8 de setembro que é também dia da Natividade de Nossa Senhora.
ANÁLISE CIENTÍFICA DA RELÍQUIA
        A imagem é mínima: mede só 2,5 cm de altura por 2 cm de largura. Após 357 anos da aparição nunca foi objeto de nenhum análise nem restauração. Ela estava submetida a todos os fatores de deterioração e ação do tempo e o descuido ameaçavam-na. A fundação venezuelana Maria Caminho a Jesus, com sede em Maracaíbo, promoveu a partir de 2002 uma campanha para restaurar a sagrada imagem. 
        O reitor do Santuário de Coromoto, monsenhor José Manuel Brito, aprovou o projeto e a equipe de especialistas que trabalhou no restauro.

A MÍDIA VENEZUELANA PUBLICOU OS RESULTADOS
        Um laboratório foi montado especialmente perto do Santuário. Os restauradores Pablo Enrique González e Nancy Jiménez estiveram à testa de uma equipe de trabalho composta por 14 especialistas.
     A supervisão foi de José Luis Matheus, diretor da Fundação Zuliana e monsenhor José Manuel Brito. Eles trabalharam de 9 a 15 de março de 2009.
        Previa-se que o restauro duraria meses, pois a imagem estava colada na lupa instalada diante dela para vê-la melhor. Porém tudo correu mais rápido do imaginado e bem.
        Ao longo do processo foram descobertos elementos desconhecidos.
        A água empregada no tratamento saia sem bactérias e com um pH neutro, fato inexplicável para os cientistas.
        A imagem, segundo Matheus, se mantém consistente, nítida e exibe suaves relevos. “A tinta se encontra por cima do algodão prensado e de textura rugosa” O trono da Virgem aparece claramente montado dentro de uma construção de taipa típica dos índios.
        Foram detectados ainda outros símbolos que, segundo o antropólogo Nemesio Montiel, tem origem indígena como a própria coroa da Sagrada Imagem.
         No microscópio foi possível identificar os olhos da Virgem. Eles medem aproximadamente 0,2 milímetros, porém pode se distinguir o desenho do iris. O fato desconcertou os especialistas, pois achavam que os olhos eram simples pontos.
        Ainda mais, estudando o olho esquerdo através do microscópio puderam discernir um olho com características humanas. Nele os especialistas diferenciaram com clareza a órbita ocular, o conduto lacrimal, o iris e um pequeno ponto de luz nele.
        Mas, a surpresa estava começando. Maximizando o ponto de luz os especialistas julgaram detectar uma figura humana que se assemelha muito à de um indígena.
        A imagem está feita de uma espécie de compensado de algodão, material que humanamente não se entende que se mantenha intato após mais de três séculos e meio de exposição.
        Até neste aspecto sem explicação, a imagem de Nossa Senhora de Coromoto se assemelha à de Nossa Senhora de Guadalupe. Abaixo, após a oração, está postado no youtube um documentário sobre a investigação científica e a história da Virgem de Coromoto.

ORAÇÃO
Cheios de confiança em vossos merecimentos, 
imploramos vossa intercessão, 
ó poderosa padroeira da Venezuela, 
celeste tesoureira do Coração de Jesus, 
deste Coração 
é fonte inesgotável de todas as graças 
e que se abre a vosso gosto 
para derramar sobre os humanos 
os tesouros de amor e misericórdia, 
de luz e salvação 
que este adorável Coração encerra. 
Concedei-nos, 
humildemente vos suplicamos, 
que nossa pátria se salve 
de todas as ameaças 
e que reine a paz 
em nossos lares 
e a concórdia fraterna 
entre todos os cristãos. 
Amém!
Nossa Senhora de Coromoto, Rogai por nós e pela Venezuela!