segunda-feira, 30 de março de 2020

54-NOSSA SENHORA DO LÍBANO, PADROEIRA DO LÍBANO, PRIMEIRO DOMINGO DE MAIO

"Vem do Líbano, esposa minha, vem do Líbano e serás coroada..." (Cântico dos Cânticos:4,8).

        O Líbano, também chamado "O País dos Cedros", é segundo a Bíblia a terra onde correm o leite e o mel. Em árabe seu nome significa leite e em siríaco é sinônimo de brancura. 
        É constituído por duas cadeias paralelas de montanhas, que correm na direção norte-sul, sendo a que ladeia o Mediterrâneo conhecida pelo nome de Monte Líbano. Antigamente ela era coberta de espessas florestas de cedros, madeira muito apreciada na Antiguidade, que foi exportada para a Palestina e utilizada na construção do templo de Jerusalém.
        Pastores bíblicos lá estiveram com suas cabras e ovelhas e Nosso Senhor Jesus Cristo, quando na chamada Terra de Tiro e Sidon libertou um possesso do demônio, descansou demoradamente o seu olhar nas cristas daquelas serras. Diz antiga lenda que, no cimo do Annaua, São Miguel entregou a Set, filho de Adão, para ali plantar, um ramo da árvore da misericórdia... Foi também com embarcações de cedros que os fenícios, sulcaram o mar Mediterrâneo em todas as direções e atingiram o Oceano Atlântico, chegando às ilhas de Cabo Verde e até mesmo à Grã-Bretanha. 
        A Bíblia Sagrada, no livro de Isaías, nos fala: "O Líbano cairá com seus altos cedros" (19,34) e "a glória do Líbano lhe será dada" (Isaías:35,2).
Existe uma grande devoção dos libaneses por Nossa Senhora. 
        A devoção a Nossa Senhora do Líbano remonta aos primeiros séculos da Igreja, mas sua história inicial não é conhecida, os antepassados dos libaneses, chamados fenícios conheceram Maria pessoalmente. 
        A proteção da Virgem e de São Maron salvou o Líbano de muitos perigos, conservando a sua autonomia no decorrer dos séculos e confirmando seus habitantes na fé católica.
São Maron, no século V presenteou o povo libanês com um conjunto de leis civis e religiosas que formam o rito maronita. 

        Acima a imagem do Cedro do Líbano e a bandeira do País.
        No dia 08 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX proclamou solenemente o dogma da Imaculada Conceição, isto é, a Virgem Maria foi concebida no seio de sua mãe sem a mancha do pecado original. A grandeza deste evento teve uma consonância extraordinária no mundo cristão. Espalhou a alegria e a tranquilidade em muitos países, dissipando assim os combates dos teólogos que debatiam sobre a Imaculada Conceição de Maria desde o século XII.
        Cinquenta anos mais tarde, a Igreja Católica celebrou o jubileu de ouro do estabelecimento deste dogma. Nesta ocasião o Patriarca Maronita e o Núncio Apostólico no Líbano e Síria, de comum acordo, inspiraram aos Libaneses um impulso de fé e de entusiasmo para homenagear a Virgem Maria. Tiveram a ideia de erguer um monumento religioso para perpetuar a lembrança da confirmação do dogma da Imaculada Conceição e para destacar o amor do povo libanês a Maria Santíssima, através de todos os séculos e por todas as gerações.
        À margem do Mediterrâneo, no cume da montanha do Hariça, defronte da baía de Djuniche e Beirute, foi construído seu monumento, que mede 30 metros de altura. Esse monumento de Nossa Senhora do Líbano foi erguido em 1910, por iniciativa do grande patriarca maronita monsenhor Elias Pedro Hoayeck. Sob esse monumento está o santuário de Nossa Senhora do Líbano, continuamente visitado por milhares de fiéis que vêm de todo o Oriente e também da Europa. É um templo para comemorar o cinquentenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição.
        Após consultar Bispos, padres e leigos, os responsáveis religiosos decidiram chamar o monumento pelo nome de Nossa Senhora do Líbano. A opinião de vários engenheiros e arquitetos deu como resultado a escolha do lugar chamado "O Rochedo", na pequena aldeia de Harissa. Este Rochedo é uma maravilhosa colina com vista belíssima ao mar e a Beirute. Além disso, o lugar escolhido fica perto da Nunciatura Apostólica, de Bkerke, residência do Patriarca Maronita, de Charfe, residência do Patriarca sírio-católico e não longe de Bzummar, residência patriarcal dos Armênios católicos.
        Podemos crer que a Providência inspirou aos responsáveis a escolha desta colina que simboliza, por sua beleza, a magnificência e a santidade da Virgem Maria, Senhora do Líbano.          Neste lugar alto eleva-se um belo Santuário com uma estatua artística da mãe de Deus, a Imaculada Conceição.
        A construção, iniciada no ano de 1904, foi inaugurada em 1908. O belo monumento é composto por uma capela circular, com o formato de uma torre, rodeada por longa rampa em espiral. Sobre o santuário encontra-se uma imagem da Imaculada Conceição, mandada fazer na França e pesando cerca de 14 toneladas. Este templo é continuamente visitado por milhares de fiéis procedentes de todo o Oriente e também da Europa, que vêm agradecer a Nossa Senhora do Líbano os inúmeros milagres e graças alcançadas em seu intermédio.
        Em 1954, o Papa João XXIII, então Cardeal, coroou solenemente a estátua de Nossa Senhora do Líbano, por ocasião do cinquentenário de sua construção e do centésimo aniversário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição.
        A estátua feita de bronze e pintada de branco, veio da França, da cidade de Leon. Sua altura é de 8 metros e meio, com 5 metros de diâmetro e pesa quinze toneladas. Uma verdadeira obra prima de extraordinária beleza A Virgem com as mãos estendidas e abertas para o mar (Bahia de Junieh) e a capital Beirute.
        A base da estátua foi construída de pedra natural, a sua altura é de 20 metros, sua circunferência inferior é de 64 metros e a superior de 12 metros. Uma escada em colimação de 110 degraus leva os peregrinos até o cume aos pés da estátua.
        Terminada a construção do Santuário e as praças preparadas, a inauguração foi marcada para o primeiro Domingo de Maio de 1908. Desde a madrugada daquele dia histórico, inumeráveis multidões chegavam de toda parte do Líbano com as suas bandeiras e confrarias. Assim, todas as praças, as ruas e todos os lugares vizinhos estavam transbordando de fiéis devotos à Virgem Maria. As dez horas, o Núncio Apostólico Frediano Gianini começou a cerimônia religiosa, benzendo o Santuário e a estátua.
        Em seguida, o Patriarca Elias Hoyek com vários Bispos e sacerdotes celebraram a Missa Pontifical. O Governador geral do Líbano foi representado pelo Comandante chefe do exército libanês, Barbar Khazen. Em seu sermão o Patriarca destacou sobre tudo o Amor e a devoção particular dos Libaneses para a Virgem Maria, através de todos os tempos.
        No final do Ofício divino, a cerimônia foi encerrada por uma procissão do Ícone de Nossa Senhora do Líbano na grande praça do Santuário. Naquele momento O Patriarca declarou que o primeiro Domingo de maio será a festa anual de Nossa Senhora do Líbano.
        Para melhor transportar os peregrinos, foram construídos quarenta teleféricos, que partem da cidade de Djuniche, situada à beira-mar, e se dirigem à montanha do santuário, descortinando aos olhos dos transeuntes um esplêndido panorama.
        Nossa Senhora do Líbano possui muitos devotos no Brasil, principalmente entre os membros da colônia libanesa. Existem templos dedicados a Nossa Senhora do Líbano em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Juiz de Fora.
        Em 1931 o cardeal dom Sebastião Leme inaugurou solenemente seu templo no Rio de Janeiro, e desde então se tem levantado a proeira dos libaneses em várias cidades do Brasil. 

ORAÇÃO
Ó Maria, rainha dos montes e dos mares, 
Senhora do nosso querido Líbano, 
cuja glória te foi dada, 
tu quiseste que ele seja o teu símbolo.
O teu brilho supera o da neve do Líbano 
e o perfume da tua pureza 
espalha-se como o perfume das flores do Líbano. 
Tu te elevaste majestosa 
como o cedro do Líbano.
A ti pedimos, ó Virgem, 
volve o teu materno olhar 
para todos os teus filhos e, 
estendendo as tuas imaculadas mãos, 
abençoa a todos eles.
Amém

sábado, 28 de março de 2020

53-NOSSA SENHORA DA LAPA, DIA 8 DE SETEMBRO

 
        Em 983, quando os mouros dominavam a Península Ibérica, Almansor, califa de Córdoba, invadiu a Lusitânia, devastando os campos, destruindo a ferro e fogo vilas e cidades, martirizando os cristãos e profanando a clausura das casas religiosas.
        Após assolar as províncias entre o Minho e o Douro, o representante de Maomé dirigiu-se para Quintela, em Portugal, atacando e destruindo o convento das freiras beneditinas de Aguiar da Beira, que foram aprisionadas e levadas em cativeiro. Algumas religiosas que conseguiram escapar esconderam em sombria lapa situada nas proximidades uma pequena imagem de Nossa Senhora. 
        Ao lado, vemos uma representação de Frei Bernardo de Brito, de 1635, que mostra Nossa Senhora sendo levada a lapa da Quintela, os Mouros a caminho do mosteiro e mais acima, Joana pastoreando próximo ao local, e abaixo uma imagem de frei Bernardo de Brito.
        Lapa é uma grande pedra ou laje que, ressaltando de um rochedo, forma abrigo.
        E a imagem foi lá deixada por 5 séculos.
        No ano de 1498, apenas alguns pastorinhos de magros rebanhos frequentavam as agrestes paragens; o local era violento e por isso, os pastores tentavam evitar. 

 Mesmo com o temor que o lugar inspirava, uma jovem pastorinha chamada Joana, muda de nascença, que frequentava com insistência as lapas e fraguedos daquele inóspito planalto, onde passava horas e horas a fio, sozinha e abandonada de seus companheiros, mas sempre rodeada de seu rebanho de cabras e ovelhas. Estas, apesar de já terem devorado tudo quanto de comestível se encontrava ao redor, não se afastavam da pastorinha, que não se arredava do local, juntamente a de mais difícil acesso, pelo que era evitada por todos os outros pastorinhos de Quintela. Os animais de Joana, no entanto, estavam gordos, como se tivessem diariamente pasto fresco e reconfortante.
      Aconteceu, porém, que a mãe de joana veio a conhecer a predileção da filha pelo recôndito penhasco, a mil metros com o rebanho por aqueles ermos tão mal afamados, ordenou que não se demorasse na lapa e que seguisse com o rebanho por toda a serra. 
        Obediente como boa filha que era, a muda Joana cumpriu as ordens da mãe, e por isso, no dia seguinte, seus companheiros, com grande espanto, viram-na retira-se de seu bornal uma linda imagem, de rosto tão formoso, pondo-se depois a rezar diante dela, o que fazia todos os dias. 
        Com toda a delicadeza tirava a imagem de seu bornal, colocava-a em cima de uma das mais elevadas pedras da serraria e, depois de rodeá-la de flores silvestres, fazia-lhe sua oração, contemplando-a com os olhos arregalados horas e horas seguidas, como se estivesse a conversar com sua querida imagem, o que lhe era impossível, por ser muda de nascimento. O rebanho, em vez de procurar pasto e alimento, mantinha-se igualmente em muda e admirativa contemplação, como se a melhor forragem fosse seu alimento cotidiano.
        Ao cair da tarde, Joana guardava a imagenzinha no seu bornal, com todo o cuidado e carinho, e, em seguida, com o rebanho, voltava para casa, para no dia seguinte recomeçar suas orações.
        Assim se iam passando os dias, até que chegou o inverno com a neve, o frio, a intempérie própria dessa estação, retendo a pastorinha e suas ovelhas no redil de seu lar.
        Ao lado a imagem de Nossa Senhora da Lapa no santuário de Vazante em Minas Gerais.
        Numa tarde triste e sombria, Joana com sua imagem, estava tão absorta em oração que não se apercebeu das zangas da mãe, que irritada, sem que se soubesse o motivo, toma a imagem e arremessa à fogueira que na lareira ardia.
        Neste mesmo instante um duplo milagre acontece, deixando estarrecidos todos os que observavam a inesperada cena. 
        As chamas afastavam-se da imagem, para poupá-la à sua fúria devastadora, e Joana, a garota muda, soltando um grito aflitivo, lancinante, exclama aterradoramente: 
        "Ó minha mãe! Que fez a minha Mãe?! Quer queimar a SENHORA DA LAPA?!..."
        A mãe, atônita e assombrada com o que vê e ouve, quando, ao querer retirar do fogo a santa imagem, que inconscientemente tinha profanado, sentiu o braço direito paralisado, tolhido, incapaz de fazer o mais simples movimento. E então, de admiração em admiração, ouve a filha contar com toda a clareza e nitidez: 
        "Encontrei esta linda imagem no ponto mais alto da serra, escondida no fundo de uma lapa dos maiores penedos que ali se encontravam, quase impossível de nele entrar, tal a espessura dos silvados, do tojo e do matagal que a escondiam aos olhos profanos. Brilhava no interior da lapa com um estranho fulgor, e foi desde que a retirei de lá a minha companheira inseparável. E deu-me a fala Nossa Senhora da Lapa!".
        Depois de retirada do fogo, todos se puseram de joelhos, pedindo perdão a Deus da profanação cometida, e logo depois foram procurar o pároco da freguesia de Quintela, o qual, ciente do que se passara, colocou a imagem num altar de sua igreja paroquial.
        Novos milagres se operaram. A mãe de Joana recupera a força e o movimento de seu lado paralisado; a pastorinha continua falando, exprimindo com clareza seus pensamentos, e por três vezes a imagem inexplicavelmente desaparece do seu altar na igreja de Quintela, para de novo ser achada por Joana em sua antiga lapa da serra, que conserva seu nome.
        Compreenderam então que Nossa Senhora da Lapa queria permanecer no lugar onde tinha sido encontrada, e por isso foi ali construída sobre o rochedo modesta capelinha que ficou sendo propriedade da freguesia de Quintela.
        Como os antigos burgos que se formavam junto dos castelos e catedrais, assim em torno da modesta capelinha principiaram a aparecer as primeiras habitações, que tomavam grande desenvolvimento, sendo mais tarde o conjunto elevado à categoria de vila. Assim a Lapa deve sua existência e sua prosperidade à circunstância do aparecimento da imagem da Virgem, e à afluência de fiéis e de esmolas deixadas no lugar. O primitivo oratório e as barracas anexas, sob a jurisdição do reitor Vila da Rua, passaram depois para a Companhia de Jesus, estabelecida então em Portugal pela primeira vez e gozando de grande simpatias. 
        Foi notabilíssimo o desenvolvimento que os jesuítas deram ao culto e à devoção de Nossa Senhora da Lapa.
        A igreja atual deve-se a eles, bem como o edifício do colégio, bastante grandioso para a época em que foi construído.
        Uma parte das duas rochas, alongadas e volumosas que constituem a gruta ou pala natural onde foi encontrada a linda imagem de Nossa Senhora, encontra-se atualmente dentro do santuário, a outra parte, por demasiadamente volumosa, ficou num edifício anexo à parte posterior do templo, comunicando com este por uma passagem exterior. 
        Ao entrar pela porta principal do santuário, o visitante depara, no centro, com uma colossal penedia, com o altar do Menino Jesus, fechado por elegante grade de ferro forjado, e, à direita, com a entrada para a gruta de Nossa Senhora da Lapa, à qual serve de cúpula o enorme rochedo.
        A devoção chega no Brasil, principalmente na Bahia e Rio de Janeiro. 
        Em Salvador, o convento de Nossa Senhora da Lapa, construído no século XVIII, projetou-se no cenário histórico brasileiro, durante as lutas pela nossa libertação política, em consequência do assalto praticado pelas tropas portuguesas, comandadas pelo general Madeira de Melo, a 20 de fevereiro de 1823. 
        A abadessa Soror Joana Angélica de Jesus, ao tentar impedir a invasão daquela casa religiosa, foi morta pelos soldados lusitanos, tornando-se a maior heroína da Independência do Brasil.
        No Rio de janeiro existem duas igrejas dedicadas a Nossa Senhora da lapa. A lapa do Desterro, assim denominada por ter sido construída nas proximidades daquele moro, e a Lapa dos Mascates ou Mercadores.
        São Paulo, também tem uma região chamada "Lapa" com sua igreja dedicada a Nossa Senhora da Lapa, ao lado a imagem venerada na paróquia em São Paulo. 

ORAÇÃO
Nossa Senhora da Lapa, 
que há mais de quinhentos anos 
aparecestes em imagem humilde 
à pastora Joana, 
lhe destes o dom da fala 
e na gruta rochosa, 
fizestes descer tantas graças de Deus 
sobre a humanidade! 
Sede sempre a estrela que brilha em nossa vida, 
Mãe Admirável, 
volvei para nós o vosso olhar bondoso 
e atendei-nos em todas as nossas necessidades. 
Dai a paz ao mundo, 
protegei nossas famílias, 
amparai-nos nas horas de aflição 
e aumentai nossa fé. 
Amém.  

terça-feira, 17 de março de 2020

52-NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS, DIA 27 DE NOVEMBRO

        Na saudação do Arcanjo Gabriel a Virgem Maria ele diz... "Ave Cheia de Graça..." (Lucas 1, 28), pode-se dizer que o primeiro a chamar Nossa Senhora como a Senhora das Graças foi o próprio Deus, pois é evidente que a mensagem não era do Arcanjo, mas da própria Santíssima Trindade. 
        O Homem decaiu e perdeu o vínculo com Deus, se tornando assim, escravo de satanás, e por isso Deus prometeu o Salvador, para resgatar o que estava perdido e romper o vínculo que separava-o de Deus. 
        Quando Maria disse o seu “Sim” a Deus, diante de São Gabriel, ela passou a ser portadora da maior de todas as Graças que a humanidade poderia receber: o próprio Filho de Deus. Gerando Jesus, Maria proporcionou que todas as graças chegassem até nós. E por isso, incansavelmente em todas as partes do mundo se repete constantemente o oração da Ave Maria, relembrando assim o grande resgate da humanidade por Deus, das cadeias de satanás, através do Sim da mais humilde escrava do Senhor, pois o Senhor eleva os humildes e derruba do trono os poderosos...
         O papa Leão XII dizia:

"-Era desígnio de Deus que, após Maria ter servido de intermediária no mistério da Redenção, continuasse igualmente a ser intermediária das graças que este mistério fazia correr em todos os tempos"

        Desde o início da Igreja, Maria sempre foi venerada como “portadora das Graças”. Porém, o título “Nossa Senhora das Graças” surgiu num determinado tempo da história e num local específico. 
        No dia 18 de julho de 1830, véspera da festa de São Vicente de Paulo, fundador de sua Ordem, Santa Catarina foi despertada durante a noite por seu anjo, que lhe apareceu com o aspecto de uma criança de cerca de cinco anos, toda radiante, e que a conduziu para dentro da capela. Ali ela recebeu a visita de Nossa Senhora, que tomou o assento reservado ao diretor das irmãs. Prostrando-se diante da aparição, Catarina recebeu a graça de pôr suas mãos dobradas sobre os joelhos da Virgem, que lhe disse: “Vem aos pés deste altar. Ali serão derramadas graças sobre ti e sobre todos os que pedirem por elas, ricos e pobres.”
        No dia 27 de novembro de 1830, às 17 horas e 30 minutos, na Rua Du Bac, 140, em Paris, França, Catarina Labouré, então noviça da Congregação Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, foi até à capela impelida para rezar. Estando em oração, teve outra visão da Virgem Maria, que se revelou a ela como Nossa Senhora das Graças.
Santa Catarina relata o ocorrido: 

"...uma Senhora de mediana estatura, de rosto muito belo e formoso... Estava de pé, com um vestido de seda, cor de branco-aurora. Cobria-lhe a cabeça um véu azul, que descia até os pés... As mãos estenderam-se para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras preciosas. A Santíssima Virgem disse-me: ‘Eis o símbolo das Graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem ...’ Formou-se então, em volta de Nossa Senhora, um quadro oval, em que se liam, em letras de ouro, estas palavras: ‘Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós’. Depois disso o quadro que eu via virou-se, e eu vi no seu reverso: a letra M, tendo uma cruz na parte de cima, com um traço na base. Por baixo: os Sagrados Corações de Jesus e de Maria. O de Jesus, cercado por uma coroa de espinhos e a arder em chamas, e o de Maria também em chamas e atravessado por uma espada, cercado de doze estrelas. Ao mesmo tempo, ouvi distintamente a voz da Senhora, a dizer-me: ‘Manda, manda cunhar uma medalha por este modelo. As pessoas que a trouxeram, com devoção, hão de receber muitas graças”.

        Enquanto contemplava esta cena maravilhosa: Maria, sobre o globo terrestre, e raios saindo de suas mãos em direção à terra, Catarina ouviu lhe dizer: 

"Este globo que vês representa o mundo inteiro e especialmente a França, e cada pessoa em particular. Os raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que Me as pedem. Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais finos correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir.“

        O título Nossa Senhora das Graças está intimamente ligado à revelação da Medalha Milagrosa. Porém, as graças distribuídas por Nossa Senhora não dependem do uso da Medalha, e sim de pedir a Ela com fé e devoção. Tanto que, em outra aparição, Nossa Senhora se queixou a Santa Catarina Labouré dizendo: “Tenho muitas graças para distribuir... Mas as pessoas não me pedem...”
        A mesma visão e a mesma ordem se repetiram no mês de dezembro, mas só em 1832, com a autorização de Monsenhor Quelen, arcebispo de Paris, o Reverendíssimo padre diretor da vidente mandou cunhar a medalha revelada pela Santíssima Virgem.
        Depois de um tempo, Catarina Labouré conseguiu que a medalha fosse cunhada, tal qual a Virgem Maria tinha lhe pedido. Logo, esta medalha se tornou um fenômeno inimaginável. A promessa da Virgem Maria se cumpria admiravelmente em todos os que usavam a Medalha com devoção. Graças a ela, uma terrível epidemia da peste negra foi debelada na França. Milhares de pessoas já tinham morrido quando a Medalha Milagrosa começou a ser usada. Então, os doentes que a recebiam com fé começaram a ser curados milagrosamente, pois a peste não tinha cura.
        Então, a Medalha Milagrosa passou de milhares para milhões de cunhagens. Espalhou-se rapidamente pela Europa livrando milhões de pessoas da peste. Depois, espalhou-se por todo o mundo. E as graças continuam acontecendo até hoje. A medalha Milagrosa é a mais cunhada de todos os tempos. O número de medalhas, porém, não se compara ao número de graças derramadas pelas mãos cheias de amor da Virgem Maria, Nossa Senhora das Graças.
        É interessante lembrar que Nossa Senhora é uma distribuidora de graças.
        As graças são de Deus e só Ele pode dá-las. Mas, em sua misericórdia, o Senhor escolheu distribui-las pelas mãos de sua mãe, Maria. Esta é a maravilha da nossa fé. Milhões de graças estão nas mãos de Nossa Senhora e Ela quer distribuí-las a seus filhos. É vontade de Deus que assim seja.
        São Bernardo de Claraval dizia que “Nunca se ouviu dizer que ela não atendeu a quem pediu com fé.”
        Esta realidade maravilhosa é testemunhada por milhões de pessoas, ao longo de séculos. 
        A irmã Catarina faleceu em 1876 com setenta e um anos e seu enterro foi seguido por uma multidão de devotos e crianças pobres, que acompanharam a religiosa até a última morada.            Em 1933, foi beatificada aquela que havia propiciado a todos nós a possibilidade de conhecer que Maria Imaculada é a Medianeira de todas as Graças.
        Logo em seguida ao anúncio de sua beatificação,deu-se o costumeiro reconhecimento das relíquias.
        Em 21 de março de 1933, uma delegação de médicos e sacerdotes juntou-se na cripta para a exumação. O caixão externo de madeira tinha caído aos pedaços, mas o segundo caixão, de chumbo, encontrava-se bem preservado e não foi sem grande dificuldade que conseguiram retirá-lo do exato lugar onde fora colocado e no qual permanecera por mais de meio século.
        O caixão foi levado então a uma sala especialmente preparada para se examinar a relíquia. O agente funerário cortou a tampa do caixão chumbado e retirou-a, deixando entrever um caixão interno de madeira, que também estava aberto. Quando o médico suspendeu o pano que cobria o corpo, seus restos foram encontrados perfeitamente intactos. Uma testemunha ocular escreveu:
        "As mãos haviam deslizado para o lado, mas estavam brancas e em seu aspecto natural. O cordão do rosário havia apodrecido e as contas haviam se desprendido no caixão. A pele do rosto tinha a aparência levemente estriada, mas estava inteira. Os olhos e a boca estavam fechados".
        Duas senhoras que haviam conhecido a Irmã Catarina reconheceram com facilidade as características de sua santa amiga.
        O cirurgião da comunidade, Dr. Robert Didier, que foi testemunha da exumação, deixou registrado que:
"…ao abrir o caixão, deparamos com uma massa acinzentada de serragem que havia tomado a forma do corpo; nessa superfície havia algumas evidências de mofo, mas nenhuma decomposição, apenas um odor levemente azedo. Depois de remover a serragem cuidadosamente com a mão, era possível ver o pano mortuário; ele encontrava-se intacto, levemente úmido e podia ser facilmente retirado. Limpo o corpo, tinha a aparência perfeitamente preservada, e em roupas que haviam mantido sua coloração e consistência normal. As cornetas do hábito da religiosa haviam ficado sobre seu rosto, e isso, junto com o peso do pano mortuário e da serragem, fez achatar-se-lhe o nariz. As mãos e o rosto tinham uma cor rosada com leves tons de marrom, mas também estavam intactos. Dois dedos da mão esquerda estavam um pouco enegrecidos, mas nós percebemos de imediato que a cor escura devia-se não à necrose do tecido, mas sim à tinta do hábito que havia passado para a mão do lado da rachadura do caixão de chumbo. Havendo apurados esses fatos, colocamos o pano de volta e fechamos o caixão para o traslado do corpo".
        Após esse rápido exame, o corpo da santa foi trasladado em procissão solene para a casa principal das irmãs, onde foi recebido pelas irmãs, noviças e postulantes de sua Ordem, bem como pelos padres e noviços lazaristas. O caixão de chumbo, coberto com um tecido branco de seda no qual iam bordadas, em ambos os lados, imagens da Medalha Milagrosa, abria caminho em meio aos filhos e filhas de São Vicente de Paulo.
        Às dez horas do dia seguinte, na presença de várias testemunhas, inclusive do cardeal e do cônego, que era o Promotor da Fé da Congregação dos Santos, o corpo foi mais uma vez desvelado em outra sala especialmente preparada para isso. O Dr. Didier registrou, então, o seguinte:
        "O corpo foi cuidadosamente retirado do caixão e colocado sobre uma mesa comprida. O rosto, por conta de seu primeiro contato com o ar, havia se escurecido levemente desde o dia anterior; as roupas perfeitamente preservadas foram removidas com cuidado. Cabe notar que do lado esquerdo do corpo — o lado em contato com a rachadura do caixão de chumbo —, a roupa estava um pouco úmida e algumas partes do corpo (o braço esquerdo e o ombro) haviam experimentado um leve desgaste. A pele nesta região estava um pouco inchada, enrijecida e exibia em sua superfície alguns resíduos esbranquiçados. Examinando o corpo, pudemos notar a perfeita flexibilidade dos braços e das pernas. Esses membros só haviam experimentado uma leve mumificação. A pele estava intacta e estriada por toda parte. Os músculos estavam preservados e podiam ser facilmente dissecados em uma aula de anatomia. Nós cortamos o esterno ao meio. O osso mostrava uma consistência elástica e cartilaginosa e podia ser cortado com facilidade pela faca do cirurgião. Aberta a cavidade torácica, ficou-nos fácil remover o coração. Ele tinha encolhido bastante, mas manteve sua forma. Podíamos facilmente ver dentro dele os capilares fibrosos e restos das válvulas e músculos. Retiramos também algumas das costelas e a clavícula. Desmembramos os braços, que serão conservados à parte. As patelas dos joelhos foram removidas. Os dedos e as unhas dos pés encontravam-se em perfeitas condições. O cabelo permaneceu preso ao couro cabeludo. Os olhos estavam em suas órbitas e as pálpebras meio fechadas. Nós podíamos afirmar que o globo ocular, mesmo caído e encolhido, achava-se íntegro, e até a coloração da íris, cinza azulada, permanecia. Para garantir a preservação do corpo, injetamos uma solução de formaldeído, glicerina e ácido carbólico".
        O corpo da santa foi colocado depois na capela da casa principal, sob o altar lateral de Nossa Senhora do Sol, onde repousa até hoje atrás de uma cobertura de vidro. As mãos erguidas e entrelaçadas por um rosário são feitas de cera. As mãos incorruptas da santa, que foram amputadas, são mantidas em um relicário especial, conservado agora no claustro das noviças, na casa principal. O coração da santa também foi colocado em um relicário especial, rica e reverentemente adornado, na capela da Rue de Reuilly, onde a santa havia rezado com tanta frequência enquanto cumpria seus deveres de estado.
        A capela onde ocorreram as visões de Santa Catarina Labouré (ao lado vemos uma foto da entrada da capela) é, sem dúvida nenhuma, uma das mais veneradas no mundo, não só por ter recebido várias visitas de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e de São Vicente de Paulo, mas também por haver nela várias relíquias preciosas. Próximo ao corpo incorrupto de Catarina, por exemplo, está o altar de São Vicente de Paulo, fundador da Ordem, na frente de cuja estátua está exposto um relicário contendo o seu coração;
do outro lado da capela, sobre o altar lateral, encontra-se outro relicário magnífico: uma estátua de cera contendo os ossos de Santa Luísa de Marillac, religiosa que fundou, junto com São Vicente, a congregação das Filhas da Caridade. Do lado do altar principal está a cadeira de veludo azul que a própria Virgem Maria tomou como assento em sua primeira aparição a Catarina Labouré (os que visitam a capela são autorizados a tocar e beijar a cadeira, e muitos deixam sobre ela pedacinhos de papel em que vão escritos seus pedidos de oração).
        Santa Catarina foi canonizada em 27 de julho de 1947. Sua memória litúrgica é celebrada no dia 28 de novembro, um dia após a festa da Medalha Milagrosa.
No Brasil existem cerca de 143 paróquias a Ela consagradas e mais cinco sob o orago de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.
Finalizamos esta postagem com um vídeo de Nossa Senhora das Graças, localizado abaixo.


A MEDALHA MILAGROSA

A serpente: Nossa Senhora aparece esmagando a cabeça da serpente. A mulher que esmaga a cabeça da serpente, que é o demônio, já estava predita na Bíblia, no livro do Gênesis: “Porei inimizade entre ti e a mulher… Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis:1,15). Deus declara iniciada a luta entre o bem e o mal. Essa luta é vencida por Jesus Cristo, o “novo Adão”, juntamente com Maria, a co-redentora, a “nova Eva”. É em Maria que se cumpre essa sentença de Deus: a mulher finalmente esmaga a cabeça da serpente, para que não mais a morte pudesse escravizar os homens.

Os raios: Simbolizam as graças que Nossa Senhora derrama sobre os seus devotos. A Santa Igreja, por isso, a chama Tesoureira de Deus.

As 12 estrelas: Simbolizam as 12 tribos de Israel. Maria Santíssima também é saudada como “Estrela do Mar” na oração Ave, Stella Maris.

O coração cercado de espinhos: É o Sagrado Coração de Jesus. Foi Maria quem o formou em seu ventre. Nosso Senhor prometeu a Santa Margarida Maria Alacoque a graça da vida eterna aos devotos do seu Sagrado Coração, que simboliza o seu infinito e ilimitado Amor. 

O coração transpassado por uma espada: É o Imaculado Coração de Maria, inseparável ao de Jesus: mesmo nas horas difíceis de Sua Paixão e Morte na Cruz, Ela estava lá, compartilhando da Sua dor, sendo a nossa co-redentora.

O M: Significa Maria. Esse M sustenta o travessão e a Cruz, que representam o calvário. Essa simbologia indica a íntima ligação de Maria e Jesus na história da salvação.

O travessão e a Cruz: Simbolizam o calvário. Para a doutrina católica, a Santa Missa é a perpetuação do sacrifício do Calvário, portanto, ressaltam a importância do Sacrifício Eucarístico na vida do cristão.

ORAÇÃO:
Nossa Senhora das Graças, 
medianeira entre os homens 
e vosso Divino Filho Nosso Senhor Jesus Cristo, 
ouvi propícia a prece que vos faço.
Auxiliai-me, Senhora, socorrei-me na aflição.
Pelo sangue derramado na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, 
vosso amantíssimo Filho, peço-vos, Senhora, a graça de...
Fostes escolhida pelo vosso Divino Filho 
para nossa advogada e protetora. 
Desde que subistes ao céu, 
jamais cessastes de operar milagres 
e de atender às orações dos que recorrem a vós, 
Nossa Senhora das Graças. 
possuís um inesgotável tesouro de graças. 
Tenho fé, Senhora, que não faltareis com o vosso auxílio 
e que, apesar dos meus pecados, 
me concedeis a graça que, 
cheio de confiança em vós, vos rogo. 
Assim seja! 

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA 

Ó Imaculada Virgem 
Mãe de Deus e nossa Mãe, 
ao contemplar-vos de braços abertos 
derramando graças sobre os que vo-las pedem, 
cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, 
inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, 
embora reconhecendo a nossa indignidade 
por causa de nossas inúmeras culpas, 
acercamo-nos de vossos pés para vos expôr, 
durante esta oração, 
as nossas mais prementes necessidades 
(momento de silêncio e de pedir a graça desejada).
Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, 
este favor que confiantes vos solicitamos, 
para maior Glória de Deus, 
engrandecimento do vosso nome, 
e o bem de nossas almas. 
E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, 
inspirai-nos profundo ódio ao pecado 
e dai-nos coragem de nos afirmar sempre 
como verdadeiros cristãos. 
Amém.

segunda-feira, 9 de março de 2020

51-NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA, 15 DE AGOSTO

 
      O título Nossa Senhora da Esperança, é inspirado na experiência da Virgem Maria, quando estava grávida. Exprime a esperança de Maria em ver seu Filho ao fim da gravidez. 
        Os fiéis, sempre tiveram na Santa Mãe a esperança de que Ela ajude nas necessidades pessoais. Por causa disso, ela foi chamada na liturgia de “Esperança dos desesperados”.
        É uma devoção presente desde o início do cristianismo, oficialmente reconhecida em 656, no Concílio de Toledo. 
        O santuário mais antigo dedicado a Nossa Senhora da Esperança fica na cidade de Meniézes, na França. 
        Ele foi construído em 930. Depois dele foram construídos vários outros, em várias partes da Europa. 
        Certamente um notório devoto de Nossa Senhora da Esperança é Pedro Álvarez Cabral. Ele tinha uma linda imagem em sua casa. 
        Cabral levou-a consigo na sua grande viagem de descoberta do Brasil. 
        Assim, o Brasil foi descoberto sob a proteção de Nossa Senhora da Esperança.
        Da Espanha, o culto chegou a Portugal, onde se popularizou durante o período das grandes navegações. 
        Os portugueses invocavam a Virgem da Esperança para que os protegessem dos perigos dos mares desconhecidos. 
        Na primeira missa celebrada no Brasil, em 26 de abril de 1500, havia sobre o altar uma imagem de Nossa Senhora da Esperança, que acompanhava a expedição de Cabral, trazida no navio por Frei Henrique de Coimbra.
        Esta imagem histórica mostra-nos a Virgem Maria tendo o Menino Jesus sentado em seu braço esquerdo. Este, aponta para uma pomba que está no braço direito de Maria. 
A Imagem acima, de Nossa Senhora da Esperança, foi venerada por Pedro Alvares Cabral antes do Descobrimento da América e se encontra no altar de São Tiago, na vila de Belmonte, em Portugal, colocada numa capela onde Pedro Álvarez Cabral foi batizado. 
        Em 1955 ela foi trazida ao Brasil por ocasião do Congresso Eucarístico Internacional do Rio Janeiro. 
        O Brasil conta com algumas paróquias dedicadas a Nossa Senhora da Esperança, ao lado, uma delas, localizada na Diocese de Santo Amaro em São Paulo.

ORAÇÃO:
Graças vos damos, Pai Santo, 
porque deste à Virgem Maria 
um coração sábio e dócil, 
sempre disposto a te agradar, 
um coração novo e humilde, 
para nele gravar a lei da Nova Aliança, 
um coração sensível e puro, 
que a fez digna de conceber virginalmente teu Filho, 
um coração firme 
e disposto a suportar todas as provações e toda dor, 
um coração firme na fé 
e na esperança da ressurreição de teu divino Filho. 
Dá-nos igualmente um coração sábio e dócil, 
novo e humilde, sensível e puro, 
firme e disposto a imitá-la 
para trabalhar com perseverança pela salvação do mundo. 
Amém 
(Santo Antônio Maria Claret)

sábado, 7 de março de 2020

50-NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO (PADROEIRA DA ORDEM AGOSTINIANA), DIA 08 DE SETEMBRO

        O título de Nossa Senhora da Consolação teve origem no primeiro século, já na época dos Apóstolos que tinham em Maria, após a morte de Jesus, o conforto e o amparo na missão de difundir o Cristianismo pelo mundo, os Apóstolos a Ela recorriam como mãe e consoladora de suas tribulações e angústias. 
        Nossa Senhora da Consolação é conhecida como padroeira dos lares, responsável pela harmonia das famílias e conversão dos filhos desviados. Isto se deve, em parte, ao fato da Virgem Santíssima, sob o título de Senhora da Consolação, ter sido invocada por Santa Mônica para salvar Santo Agostinho, seu filho, da vida desregrada em que se encontrava após a morte de seu pai. 
        Nossa Senhora teria aparecido a Santa Mônica e lhe entregue a correia, que é símbolo da Ordem, e mandou Agostinho e "seus filhos", no caso os seguidores da Ordem por ele fundada, cingirem-se com a correia e vestirem o hábito preto. Essa tradição Graças ao auxílio de Nossa Senhora, Santa Mônica teve a felicidade de ver seu filho convertido e tornar-se um verdadeiro cristão. 
        A devoção à Virgem Consoladora dos Aflitos espalhou-se por todos os países, por intermédio dos padres Agostinianos, pois a ela se deve a conversão de seu Santo Patrono. 
        Pode-se dizer que o Brasil nasceu sob a proteção da Virgem Consoladora, pois, antes mesmo de Pedro Álvares Cabral chegar às praias da Terra de Santa Cruz, Vicente Pinzón, navegador espanhol, companheiro de Colombo em suas viagens ao Novo Continente, descobriu um promontório, que se acredita ser o Cabo de Santo Agostinho, ou a ponta de Mucuripe, em Fortaleza, ao qual deu no nome de Santa Maria de la Consolación.
Nossa Senhora da Consolação conta com um grande número de devotos em todos os estados do Brasil.
        O ser humano é criado com o desejo de felicidade, que muitas vezes, busca preencher com vícios e outros pecados. Essa sede de felicidade, somente pode ser encontrada em Deus que é infinito para preencher o vazio infinito do coração do homem.
Somente em Deus podemos encontrar a verdadeira consolação de nossas aflições. E a Santíssima Virgem, verdadeira mãe e medianeira das graças, constantemente suplica a seu Filho que venha em pronto socorro de seus filhos que padecem no grande vale de lágrimas que é a terra.
        A Santíssima Virgem nos consola no caminho de nosso calvário, não para retirar de nós a Cruz, mas para nos apoiar e nos servir de consoladora.
        Em Maria, verdadeiro lírio entre os espinhos, encontramos a consolação de Deus, ministrada como prêmio aos corajosos de seguir o caminho do calvário e serem crucificados.
        A primitiva igreja da Consolação, em São Paulo, foi fundada em 1799 por alguns devotos, no antigo caminho da aldeia de Pinheiros, hoje a conhecida Avenida da Consolação. Eles pediram licença para construir uma capela próxima ao cemitério onde lhes fora doado o terreno, e, logo após a aprovação do prelado, começaram a edificar a pequena ermida, inaugurada um ano depois. A Igreja de Nossa Senhora deu sorte ao novo bairro paulistano que logo começou a prosperar, mudando de aspecto em poucos anos, com vários melhoramentos e obras públicas.
        O desenvolvimento foi tão rápido que em 1840 a igreja da Consolação foi ampliada para melhor atender ao grande número de fiéis que ali acorriam a fim de assistirem aos ofícios religiosos.
        Pouco depois fundava-se a irmandade de Nossa Senhora da Consolação com a dupla finalidade de cuidar do templo e dos morféticos da cidade.
        Em 1907, o antigo santuário da Consolação foi derrubado, cedendo lugar ao que ali se encontra atualmente com sua torre alta e ornamentada interiormente pelos painéis de eminentes artistas nacionais, como Oscar Pereira da Silva e Benedito Calixto. Somente a velha imagem da padroeira não mais voltou ao seu templo, estando hoje em dia no Museu da Cúria Metropolitana. 

ORAÇÃO:
Lembrai-vos ó puríssima Virgem Maria da Consolação,
do poder ilimitado que vos deu vosso Divino Filho, Jesus, 
sobre o seu Coração adorável.
Cheio de confiança na onipotência de vossa intercessão,
venho implorar o vosso auxílio.
Tendes em vossas mãos a fonte de todas as graças
que brotam do Coração amabilíssimo de Jesus Cristo; 
abri-a em meu favor, concedendo-me a graça
que ardentemente vos peço.
Não quero ser o único por vós rejeitado;
sois minha Mãe; sois a soberana do Coração
de vosso Divino Filho.
Atendei, pois, benignamente a minha súplica;
volvei sobre mim vossos olhos misericordiosos
e alcançai-me a graça (...)
que agora fervorosamente vos imploro.
Amém.